Francisco tem demonstrado um carinho especial com os mais desafortunados. a ordenação para a instalação de duches por baixo da colunata de S. Pedro, no Vaticano, e o financiamento de famílias insolventes são exemplos disso
Francisco tem demonstrado um carinho especial com os mais desafortunados. a ordenação para a instalação de duches por baixo da colunata de S. Pedro, no Vaticano, e o financiamento de famílias insolventes são exemplos disso

a semana passada foi notícia, difundida não só pela comunicação social sediada em Itália, como por outros meios de comunicação social da Europa, a encomenda de três chuveiros para instalar em um bloco lavatório existente usado por peregrinos e turistas no Vaticano. Os chuveiros vão permitir aos sem-abrigo da região do Vaticano lavar-se e mudar de roupa. a instalação destes duches foi ordenada após uma conversa do Papa com o arcebispo Konrad Krajewski (capelão polaco, nomeado em 2013, que tem como missão levar ajudapessoalmente, aos sem-abrigo do Vaticano) que havia conhecido um sem-abrigo nas ruas de Roma: Franco de 50 anos, natural da Sardenha.

O arcebispo pretendia oferecer a Franco o jantar, dado que era dia do seu aniversário, mas este recusou-o dizendo que não podia ir ao restaurante com ele porque tinha vergonha de cheirar mal. O arcebispo acabou por levá-lo para uma refeição em um restaurante chinês. Durante o jantar, o homem explicou ao arcebispo que moradores de rua em Roma sempre podem encontrar um pouco de comida, mas o que realmente faltava era um lugar para se lavarem. Franco explicou a Krajewski que, embora nos restaurantes da Cáritas haja duches, além de outros lugares onde poderiam lavar-se, estes estão sempre cheios.

além dos três chuveiros que serão construídos na Praça de São Pedro, cujas obras terão início em 17 de novembro, o arcebispo Krajewski já pediu a dez paróquias em Roma para construir também chuveiros para uso por pessoas sem-abrigo, com o dinheiro doado por caridade do Papa. O arcebispo diz que o objetivo do projeto é restaurar a dignidade aos moradores de rua de Roma. Segundo dados da associação católica de Santo Egídio, há uma estimativa de 8. 000 pessoas que vivem ao relento nas ruas da capital italiana.

O capelão polaco disse ao jornal italiano La Stampa: É mais fácil dar de comer e preparar uma sanduíche que gerir um serviço de duches, em que são necessárias pessoas voluntárias, toalhas e outras coisas. Krajewski também está a contar com a colaboração de escolas de cabeleireiros da região para que, além dos duches, os sem-abrigo possam cortar o cabelo.

O Papa sempre mostrou ter grande preocupação com estas pessoas que dormem debaixo das colunas de São Pedro e nos arredores. Ordenou a Krajewski que lhes entregue dinheiro, artigos de primeira necessidade, comida e mantas.

Depois dos chuveiros para os sem-teto, o Papa Francisco continua a olhar para os necessitados e menos afortunados e decide financiar com 200 mil euros as despesas para pagar as contas de muitas famílias insolventes com risco de despejo. O valor será doado através da Esmolaria apostólica, organismo que se encarrega da caridade do Papa com os pobres e os migrantes, como confirmou o prelado polaco. Outros 50 mil euros foram doados pelo Santo Padre, no mês passado, ao Centro astalli, a sede italiana do serviço dos Jesuítas para os Refugiados-JRS, há mais de trinta anos comprometido em várias atividades e serviços sociais. O dinheiro do Pontífice será utilizado para o pagamento de despesas para os documentos necessários aos requerentes de asilo, cerca de 150 €.

O carinho do Papa pelos mais vulneráveis e menos afortunados, leva-o a deslocar-se na próxima quinta-feira à sede da FaO, em Roma, onde vai apelar à luta contra a fome no mundo diante de centenas de líderes mundiais, reunidos para a segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, cujos trabalhos decorrem de 19 a 21 novembro. Para além da pregação e anúncio do Evangelho, Franciscoestá a pô-lo em prática, demonstrando que a Igreja está atenta aos mais indefesos.