Os efeitos das medidas de austeridade na vida das crianças portuguesas deviam ser analisados e o Estado «devia corrigir o que está mal», apela a diretora do Comité Português para a UNICEF
Os efeitos das medidas de austeridade na vida das crianças portuguesas deviam ser analisados e o Estado «devia corrigir o que está mal», apela a diretora do Comité Português para a UNICEF

O Estado devia mais atenção aos impactos dos cortes orçamentais e das medidas de austeridade na vida dos mais vulneráveis, em particular as crianças, afirmou esta segunda-feira, 27 de outubro, a diretora do Comité Português para a UNICEF, Madalena Marçal Grilo, na apresentação do estudo as crianças e a crise em Portugal – Vozes de crianças, políticas públicas e indicadores sociais, 2013. a responsável admite que os governos têm decisões difíceis a tomar e precisam de aplicar cortes orçamentais e medidas de austeridade, mas antes de as decidir deviam ter em atenção os impactos que vão ter nos mais vulneráveis. O verdadeiro impacto das medidas de consolidação orçamental e redução do défice na vida das crianças [em Portugal] ainda está por medir, refere Madalena Marçal Grilo, dando como exemplo as mais de 500 mil crianças que perderam o direito ao abono de família, entre 2009 e 2012. Para a representante da UNICEF, citada pela agência Lusa, os desafios que a recuperação económica coloca ao Estado português dá-lhe uma oportunidade única de mudar e de adotar uma visão transformadora com futuro, que ponha os direitos das crianças no centro das políticas de combate à crise. Uma recuperação da crise baseada no respeito pelos direitos humanos é a melhor estratégia para corrigir as desigualdades e erradicar a pobreza e promover a coesão social, defendeu.