O congresso da imprensa de inspiração cristã terminou com o desafio a uma renovação na forma de olhar a atualidade, que se transforme numa referência para os órgãos de comunicação generalistas
O congresso da imprensa de inspiração cristã terminou com o desafio a uma renovação na forma de olhar a atualidade, que se transforme numa referência para os órgãos de comunicação generalistas

O bispo auxiliar do Porto, João Lavrador, encerrou o nono congresso da associação da Imprensa Cristã (aIC), este sábado, 25 de outubro, em Terras de Bouro, com um apelo à prática de um jornalismo ético e renovado capaz de servir a dignidade do ser humano e proporcionar uma leitura dos acontecimentos que de outra forma ficaria truncada ou limitada, tornando-se assim numa referência para os media. Parece um paradoxo, que se exija desta realidade da comunicação social de inspiração cristã, tão pobre de meios e tão secundarizada perante os grandes e portentosos meios de comunicação, que sirva a estes de referência de modo a ajudá-los, em atitude de diálogo, a uma visão renovada do ser humano, da sociedade, da cultura e da história, mas é à imprensa cristã que se exige estar verdadeiramente ao serviços dos homens, pois é um meio privilegiado para partir para as periferias da humanidade, como nos pede o Papa Francisco, afirmou o prelado, em nome da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. antes, o presidente da aIC, cónego Salvador Santos, disse que a psicose de que a imprensa escrita tem os dias contados não é mais do que o pensamento de quem nada fez sobre este meio poderoso e reafirmou a necessidade de se acreditar no jornal em papel, tornando-o mais legível e atraente, graças às novas tecnologias. Na conferência final do congresso, João aguiar Campos, presidente da assembleia Geral da aIC, lançou um apelo à renovação do olhar da imprensa de inspiração cristã, que passe pela rejeição de uma agenda devocional e aposte no jornalismo social. Não podemos continuar fechados na agenda política, desportiva ou mesmo devocional; não podemos assistir, impávidos e acríticos, a longas filas para um casting televisivo, enquanto estão desertas as cadeiras onde podem sentar-se os dadores de sangue afirmou.