Num ano em que se agravaram as condições de vida das famílias portuguesas, só as pessoas «extremamente pobres» mantiveram o direito a apoio social do Estado, segundo um relatório do Observatório das famílias
Num ano em que se agravaram as condições de vida das famílias portuguesas, só as pessoas «extremamente pobres» mantiveram o direito a apoio social do Estado, segundo um relatório do Observatório das famílias ao contrário do caminho que vinha sendo trilhado ao longo das últimas décadas em Portugal, com a adoção paulatina de medidas políticas especificamente dirigidas às famílias, constata-se que desde a entrada em funções do atual governo () deixou de haver uma política de família explícita de âmbito nacional, com objetivos definidos a longo prazo e programas e organismos centrais que as tutelem. Esta é uma das conclusões do relatório anual do Observatório das Famílias, divulgado esta quarta-feira, 22 de outubro, pela agência Lusa. Segundo o documento, relativo a 2013, as condições de vida das famílias agravaram-se no atual contexto de crise económica e, em termos de proteção social, apenas as pessoas extremamente pobres mantiveram o direito a apoio estatal. Ou seja, o governo manteve os cortes nos apoios económicos existentes, aumentou a carga fiscal e continuou a delegar nas instituições do terceiro setor, principalmente nas Instituições Particulares de Solidariedade Social, a função de coordenação e prestação do apoio à população e às famílias mais desfavorecidas. No que respeita às medidas de apoio económico criadas, como a recuperação do Fundo de Socorro Social, as tarifas sociais de gás natural e de eletricidade, a majoração do subsídio de desemprego para casais com filhos em que ambos estão desempregados, os autores do estudo consideram que cobrem uma minoria de famílias, compensando apenas parcialmente os cortes financeiros na generalidade das prestações sociais.