O padre Vitor conta-nos a história deste projecto, uma mostra de solidariedade entre a diocese de Leiria-Fátima e angola. Na foto podemos vê-lo a ele (í  direita) e os jovens que este ano o acompanharam.
O padre Vitor conta-nos a história deste projecto, uma mostra de solidariedade entre a diocese de Leiria-Fátima e angola. Na foto podemos vê-lo a ele (í  direita) e os jovens que este ano o acompanharam. Chegou ao fim a sexta edição consecutiva do Projecto aS a – acção Solidária com angola que este ano decorreu entre 17 de Julho e 14 de Setembro mais uma vez na diocese de Novo Redondo, angola.
ao longo dos últimos seis anos 32 voluntários, por períodos de dois meses, deram corpo ao desejo de ser um sinal de esperança junto do povo irmão de angola, sobretudo dos mais pobres e esquecidos.
Nos primeiros anos, ainda em tempo de guerra civil, o trabalho dos voluntários da diocese de Leiria-Fátima foi realizado na Gabela e no Sumbe, capital da província do Quanza Sul e sede da diocese de Novo Redondo.
a partir de 2003 a missão começou a desenvolver-se na comuna do Gungo. Trata-se de uma área rural muito vasta e que foi bastante afectada pela guerra. É uma comunidade muito pobre e isolada e onde escasseiam os bens essenciais à subsistência, bem como o apoio social e eclesial.
Muita gente se pergunta se valerá a pena este esforço de presença junto daquela população. aliás, há quem se pergunte se valeu a pena o esforço de evangelização feito no passado, tendo em conta que veio a guerra com todos os males que lhe são inerentes.
Embora possamos ser suspeitos ao dar a nossa opinião, o certo é que a nossa presença junto das pessoas do Gungo nos dá uma noção mais real da sua situação concreta.
a fé cristã chegou àquela região em 1932, portanto, há apenas 73 anos. ao longo destas décadas esta comunidade viveu momentos em que a fé cristã se expandiu; mas também viveu momentos de retrocesso principalmente por volta de 1961 quando muitos catequistas foram perseguidos e mortos acusados de instigarem as populações à revolta contra a presença colonial.
após a independência, com a imposição do sistema marxista num primeiro momento e depois com a desagregação social provocada pela guerra e consequente fuga das populações – o Gungo ficou praticamente despovoado – também se verificou não tanto um retrocesso na fé mas uma dura prova que impediu aquela comunidade de seguir um itinerário que se possa considerar normal.
Mas as sementes ficaram lá. Basta estar uns dias com esta comunidade para perceber como ela vive da fé e como esta tem sido, no meio de tanto sofrimento, a grande força que tem ajudado este povo a acreditar sempre num futuro melhor.
Muito do bem que se fez nesta comunidade, principalmente na criação de estruturas e na formação de catequistas, se perdeu devido aos condicionalismos históricos. Mas o essencial ficou lá e é por isso que este povo sabe o que quer e sonha ter uma missão que seja um pólo de formação cristã e de apoio ao seu desenvolvimento humano.
Por isso podemos dizer que, apesar de todos os contratempos, valeu a pena o trabalho e o testemunho de tantos missionários, catequistas e cristãos ao longo destas décadas.
Sentimos que também tem sido válido o trabalho que a diocese de Leiria-Fátima tem desenvolvido junto desta comunidade ao longo destes anos. Embora seja uma presença breve, ela tem dado força e coragem àquele povo.com insistência temos escutado o apelo do bispo de Novo Redondo, D. Bendito Roberto, dos catequistas e do povo para que a nossa diocese lá tenha uma missão permanente que apoie esta comunidade do Gungo na sua caminhada humana e cristã.
acreditamos que estes seis anos nos ajudaram a amadurecer a relação entre as duas dioceses e nos prepararam para o passo seguinte que será a geminação com um compromisso mais permanente entre as duas dioceses.
Nós acreditamos que vale a pena!