Em antecipação aos temas em debate na terceira assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família, Manuel Clemente considera que a Igreja Católica tem de se preocupar com a «complexidade» humana
Em antecipação aos temas em debate na terceira assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família, Manuel Clemente considera que a Igreja Católica tem de se preocupar com a «complexidade» humana O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, rejeitou a ideia de um divórcio católico’, numa entrevista concedida à agência Ecclesia a propósito dos temas que vão estar em debate, a partir de domingo, 5 de outubro, na terceira assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família. a assembleia sinodal gerou expectativas na Igreja e na sociedade e um dos assuntos mais debatidos na opinião pública tem sido o do acesso à Comunhão pelos divorciados, em particular os recasados. Manuel Clemente é da opinião que a vida sacramental na Igreja Católica tem de coincidir, na sua globalidade, com aquilo que Cristo propõe. Eu comungo se estiver em comunhão, para acrescentar a comunhão: se tenho na minha vida uma rutura grave, concretamente no campo do matrimónio, como é que posso comungar Cristo se não o comungo naquele outro sacramento?, interroga o bispo. Por outro lado, segundo o patriarca de Lisboa, a Igreja Católica pode verificar e cada vez verifica mais se efetivamente aquele ato sacramental do matrimónio aconteceu. Não se trata de divórcio, trata-se de perceber a natureza do consentimento, sublinhou. O próximo Sínodo extraordinário incidirá essencialmente nos desafios pastorais sobre a família, a que se seguirá uma assembleia ordinária, em 2015. Só após a conclusão destes dois encontros serão apresentadas propostas ao Papa Francisco, a partir das quais poderá redigir uma exortação apostólica, adianta a Ecclesia.