Um Ponto de Vista sobre o início de cada ano Pastoral sem um olhar sobre a Catequese e os catequistas será sempre parcial e limitado. Será, sobretudo, um olhar privado da esperança organizada que a Catequese oferece à vida da Igreja e das sociedades
Um Ponto de Vista sobre o início de cada ano Pastoral sem um olhar sobre a Catequese e os catequistas será sempre parcial e limitado. Será, sobretudo, um olhar privado da esperança organizada que a Catequese oferece à vida da Igreja e das sociedades a reflexão conciliar – cujo cinquentenário festejamos – e o consequente magistério da Igreja – que agora compreendemos melhor, no seu desafiante profetismo – recordou-nos que a missão da Igreja é evangelizar e que essa evangelização deve assumir, sem receio, tanto a novidade do Cristo como a novidade da peregrinação humana na História: a Igreja, Povo de Deus; a centralidade bíblica do anúncio; a dimensão existencial e antropológica da escuta e aceitação da mensagem evangélica; a sensibilidade às circunstâncias sociais e políticas em que as pessoas vivem; a prioridade aos adultos e a importância da maturidade humana e crente; o lugar central da comunidade cristã, evangelizada e evangelizadora; o papel dos média na transformação das sociedades e na transmissão da fé; a diversificação das linguagens e das esperanças humanas; o contributo inovado da religiosidade popular; o diálogo interreligioso nas sociedades multiculturais e multirreliosas. Se a Igreja existe para evangelizar, a sua tarefa fundamental é a construção do mundo, com o mundo, ao serviço do Reino de Deus, isto é, colocar em prática o plano divino da promoção integral e da libertação da humanidade, na reconciliação e no amor, ou seja, um Reino de vida e de verdade, um reino de graça e santidade, um reino de justiça, de amor e de paz. E nesta missão profética e missionária, a Catequese e os catequistas têm um papel muito relevante. Certamente, a Catequese não responde a todas as necessidades da Igreja nem possui todas as competências desejáveis para a transmissão da fé: a Catequese é apenas uma das formas de proclamação da Palavra e anúncio do Evangelho. Mesmo assim, a Catequese constitui um conjunto de ações integradas que proporciona um auxílio essencial a essa transmissão. a Catequese, como ação eclesial, propõe-se, de facto, favorecer a maturidade na fé das comunidades e dos crentes e fá-lo de um modo orgânico que ultrapassa em muito a aprendizagem doutrinária e os limites do ensino do catecismo: a Catequese propõe-se ser uma aprendizagem de toda a vida cristã, que permita não a adoção de uma ideologia piedosa, mas o seguimento autêntico de uma Pessoa, educando o conhecimento, o coração, o comportamento e a relação íntima de cada pessoa com o seu Deus criador: ao início do ser cristão não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. Esta observação, que nos deixa o Papa Bento XVI, e é constantemente recuperada pelo Papa Francisco, aponta claramente para o programa de qualquer Catequese, em qualquer etapa da vida. Mais, também nos envia para o papel do catequista, que não é, antiquadamente, o de um professor, nem modernamente, um gestor da conta da fé alheia, mas um companheiro na descoberta da fé, um interlocutor para o seu reforço e aprofundamento, alguém que amadureceu no convívio de Cristo e não resiste a anunciá-lo: por vezes, com algumas palavras mas, sobretudo, com o testemunho da sua vida, tal como aprendemos da reflexão de S. Francisco de assis e do Papa Paulo VI. *Secretariado Nacional da Educação Cristã Departamento de Catequese