Instituições temem o impacto nos orçamentos já debilitados e esperam conseguir apoio do Estado para aguentar o aumento das despesas, num setor que emprega mais de 150 mil trabalhadores
Instituições temem o impacto nos orçamentos já debilitados e esperam conseguir apoio do Estado para aguentar o aumento das despesas, num setor que emprega mais de 150 mil trabalhadores a decisão do governo de aumentar o salário mínimo nacional, em acordo com os parceiros sociais, vai aumentar as despesas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e reduzir a margem de manobra para muitas organizações, que vivem já uma situação de estrangulamento financeiro. Para minimizar os efeitos da medida, a Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS) vai procurar um acordo com o governo, numa tentativa de reforçar os apoios. Temos muitos trabalhadores a ganhar o ordenado mínimo e embora o aumento seja escasso, obriga a maior despesa e sabemos que as IPSS têm poucos recursos, pelo que vai ser muito difícil, sabendo nós que há instituições perto da insolvência e algumas já são insolventes, afirmou em Fátima, esta segunda-feira, 29 de setembro, o padre Lino Maia, presidente da CNIS. Falando à margem do encontro as IPSS e a saúde – Perspetivas para o século XXI, o sacerdote manifestou abertura para um eventual entendimento com o Ministério da Saúde, para a colocação dos médicos e instalações das instituições de solidariedade ao dispor do Serviço Nacional de Saúde, uma medida em estudo pelo titular da pasta. Convidado a participar no seminário, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, abriu as portas a um possível acordo com as IPSS para colmatar a falta de médicos de família em Portugal. Temos um período excecional de três, quatro anos, até podermos ter médicos suficientes contratados pelo Estado, portanto, vamos ter que recorrer a várias formas durante este período transitório, e isso abre uma janela de oportunidade para colaborar com as IPPS, que estão disseminadas pelo país, afirmou o governante.