Mais de seis mil Índios e numerosos convidados do Brasil e do estrangeiro deram largas à alegria durante quatro dias em Maturuca, para celebrar a homologação da terra.
Mais de seis mil Índios e numerosos convidados do Brasil e do estrangeiro deram largas à alegria durante quatro dias em Maturuca, para celebrar a homologação da terra. Os festejos da homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol encerram hoje em Maturuca, bem perto da fronteira com a Venezuela e a Guiana. No meio de grande alegria, mais de seis mil índios passaram, durante quatro dias, pelas serras para festejar o direito e a posse da terra, garantidos por decreto do presidente brasileiro Lula da Silva, de 15 de abril passado.
Invadidas por criadores de gado e cultivadores de arroz, só a determinação e a acção pacífica dos índios durante mais de 30 anos conseguiram a vitória do direito e da lei. Na área homologada ainda permanecem meia dúzia de fazendeiros que, ao abrigo do decreto de homologação deverão abandonar a terra no prazo de um ano, isto é até 15 de abril próximo.
Os festejos da homologação vão descer as serras de Maturuca, deslocando-se para Canta Galo, uma comunidade indígena situada nas proximidades do Contão, uma das três comunidades indígenas que, aliciadas pelos fazendeiros e políticos, recusam a homologação em área contínua e defendem a homologação em ilhas. Esta segunda forma permitiria aos fazendeiros de se manterem na região, desfrutando e poluindo as terras mais produtivas, privando os índios dos recursos naturais, necessários à sua sobrevivência e sustentação.
Canta Galo é sede de missão, dirigida pelo missionário da Consolata português Mário Campos, bem integrado no ambiente e na cultura dos índios. Recorde-se que a área homologada é habitada por diversos povos índios: macuxi, wapichana, taurepang, ingarikó e patamona.
De Boa Vista, Roraima: