Não há criatura que não tenha origem no pai, seja ele biológico ou não. Deus concedeu-nos o dom da vida, a uns sem defeitos visíveis, a outros com algumas deficiências, mas a todos com as capacidades adequadas
Não há criatura que não tenha origem no pai, seja ele biológico ou não. Deus concedeu-nos o dom da vida, a uns sem defeitos visíveis, a outros com algumas deficiências, mas a todos com as capacidades adequadas
a Bíblia refere em Génesis (1) 27: Deus, portanto, criou os seres humanos à sua imagem, à imagem de Deus os criou: macho e fêmea os criou. O evangelho em Mateus 19. 4 diz: E Jesus lhes explicou: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez homem e mulher’.
a origem da vida biológica de cada um de nós é conhecida normalmente, mas no fundo acabamos por dar menos importância ao dador da Vida, ao próprio Deus que a concedeu e permitiu que usufruíssemos dela.
aqui chegados será oportuno constatar alguns pormenores menos comuns cuja explicação tem um grau de dificuldade elevadíssimo. Há médicos, e até mesmo cientistas, que entendem que um feto deficiente (ainda em gestação) deverá ser eliminado (abortado), sem atender a que está um homem ou mulher já em formação e que tem a permissão e bênção do Criador. Poderão argumentar que é apenas uma questão da fé, mas a verdade é que não sabem que se essa vida se consumar, qual vai ser o seu desenvolvimento. Deus ao conceder a vida também dá as condições necessárias à sua prossecução. O exemplo que vamos agora tratar retrata esse conceito da vida.

Cláudio Vieira de Oliveira, nascido na Baía (Monte Santo), Brasil, há 37 anos tem uma deformação física que lhe colocou a cabeça, literalmente, virada ao contrário, pois nasceu com o pescoço virado para as costas, com pernas deformadas, e com os braços e mãos praticamente paralisados.
a situação parecia tão grave que os médicos chegaram a aconselhar a mãe a deixar de o alimentar quando era recém-nascido, pois este não sobreviveria durante muito tempo. Contudo, Maria José Vieira, sua mãe, conseguiu criar os seis filhos, sempre tratando Cláudio da mesma forma que os demais.
Para esta mãe católica, uma das maiores emoções que seu filho lhe trouxe foi o encontro com o Papa João Paulo II e o Papa Francisco.

Cláudio, apesar da sua condição física, conseguiria chegar longe. O brasileiro formou-se em contabilidade e é hoje orador, inspirando multidões. Os médicos diagnosticaram-no, recentemente, com uma rara condição chamada artrogripose congénita, que se caracteriza por múltiplas contraturas articulares.
São palavras suas: Desde pequeno que tentava manter-me sempre ocupado. Não gosto de depender de terceiros. aprendi a ligar a televisão, a pegar no telemóvel, a ligar o rádio, utilizar a internet e a usar computadores. Tudo sozinho. Durante toda a minha vida fui capaz de adaptar o meu corpo ao mundo. agora não me vejo como sendo diferente. Sou uma pessoa normal, assegura.

a história do seu nascimento, contada por ele, refere: antes de eu nascer, ninguém sabia que eu ia ficar assim desta forma. Eu nasci de parto normal, não foi num hospital, porque aqui não tinha. Foi com um médico, só que dentro de casa. Foi muito difícil.
Eu já ouvi relatos de outras pessoas com necessidades especiais que viviam ou vivem diferentes das demais. Vivem num mundo fechado. a pessoa sente a discriminação, o preconceito. Eu fui diferente. Desde cedo fui motivado por muitas pessoas da minha família, principalmente minha mãe, lembra ele, que perdeu o pai com um ano de idade.
Cláudio fez a escola em casa, com uma professora particular. a sua iniciativa de começar a escrever pegando o lápis com a boca foi o começo. Hoje, consigo escrever normalmente com a boca, explica.
Cláudio tenta tornar sua rotina o mais normal possível, mas tem problemas de acessibilidade. O baiano desloca-se de joelhos em curtas distâncias ou com um sapato especial, que vai da extremidade do joelho à ponta do pé. Para ir mais longe, ele precisa ser carregado por alguém.
Este jovem brasileiro é o exemplo acabado de que Deus dá a vida, mas também os meios necessários para superar as deficiências próprias.