Os patriarcas deploraram os «silêncios» dos países árabes e da comunidade internacional sobre os massacres contra os cristãos no Oriente e pediram que se erradiquem as milícias fundamentalistas
Os patriarcas deploraram os «silêncios» dos países árabes e da comunidade internacional sobre os massacres contra os cristãos no Oriente e pediram que se erradiquem as milícias fundamentalistasO encontro realizou-se no dia 27 de agosto em Bkerke, no Líbano, com a presença do cardeal chefe da Igreja maronita Bechara Rai e de vários patriarcas: o patriarca arménio Nersés Bedros XIX, o patriarca siro-católico Ignace Youssef III Younan, o patriarca caldeu Louis Sako, o patriarca siro-ortodoxo Ephrem II Karim, o arménio ortodoxo aram Ier Kéchician, o grego-católico Gregoire III Laham e o chefe da Igreja evangélica, pastor Sélim Sahiouni, além de um representante da Igreja greco-ortodoxa. Estiveram presentes também vários membros do corpo diplomático: embaixadores dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Rússia no Líbano, além dos encarregados da França e da China e do coordenador especial da ONU para o Líbano.

O bispo Boulos Sayyah, enviado pessoal do patriarca maronita Bechara Rai, fez notar já no fim do encontro que os ataques contra os cristãos chegaram a uma situação tal que ameaçam a sua própria existência. O prelado colocou o acento em particular sobre o Egito, a Síria e o Iraque, onde os cristãos são vítimas de crimes e obrigados à força a deixarem as suas casas. O bispo referiu-se sobretudo aos cristãos do Iraque sequestrados e violentados pelas milícias do Estado islâmico: a sacralidade das suas igrejas foi violada e as suas casas foram bombardeadas. Eram pelo menos 120 mil e agora são só 60 mil em Erbil, a capital da região autónoma do Curdistão iraquiano.

Os prelados deploram a falta de uma posição clara e forte da parte das autoridades islâmicas e da comunidade internacional: a comunidade internacional é responsável pelo crescimento Estado islâmico e os Estados árabes devem exercer pressão sobretudo no campo financeiro destes grupos. E por isso pedem uma fatwa que proíba os ataques contra os outros. Os patriarcas convidam as forças internacionais a garantir a presença cristã no Médio oriente para preservar a convivência de culturas numa ótica de abertura ao pluralismo e ao respeito, visto que os cristãos trabalham sempre na promoção da liberdade religiosa e de opinião.