«Se nós, que fomos afetados pela violência, damos um passo fundamental… Porque não o há de dar o resto país? Porque não há de perdoar o resto da Colômbia?», disse uma das vítimas da violência na Colômbia
«Se nós, que fomos afetados pela violência, damos um passo fundamental… Porque não o há de dar o resto país? Porque não há de perdoar o resto da Colômbia?», disse uma das vítimas da violência na Colômbia Constanza Turbay, com oito familiares, incluindo a sua mãe e dois irmãos, assassinados pela guerrilha, foi uma das vozes que se levantaram numa comovedora sessão de negociações de paz entre o governo colombiano e as FaRC (Forças armadas revolucionárias da Colômbia) a decorrer em Havana. Nessas negociações de paz, houve doze pessoas, em representação das vítimas do conflito armado que persiste há mais de meio século, que falaram sem mostrar ódio nem desejos de vingança, apesar das suas diferenças de orientação política, e disseram que estavam mais do que nunca unidas nesta luta pela paz. Temos um grande compromisso com o nosso país e esse sentimento está acima dos nossos sentimentos pessoais, afirmou angela Maria Giraldo, irmã do deputado Francisco Javier Giraldo, que foi assassinado em 2007 pelas FaRC, que o tiveram sequestrado durante cinco anos na floresta. Os que não apostam na paz é porque nunca viveram o que nós vivemos. Eu acredito na paz e não é justo que as pessoas que se opõem a este processo acabem com o nosso sonho, acrescentou Maria Giraldo, que também admitiu que nem todos os membros da sua família partilham a sua posição. as 12 testemunhas do conflito, que foram escolhidos pela ONU, pela Universidade Nacional e pela Conferência Episcopal da Colômbia, pediram em uníssono que se feche o círculo da violência, que provocou pelo menos 22 mil mortos e cinco milhões de deslocados.