« a falta de trabalho desumaniza as pessoas e coloca em risco o futuro de um país», alertou o bispo do Porto durante a peregrinação internacional de agosto, em Fátima
« a falta de trabalho desumaniza as pessoas e coloca em risco o futuro de um país», alertou o bispo do Porto durante a peregrinação internacional de agosto, em Fátima a situação de desemprego coloca em perigo o futuro, alertou o bispo do Porto na manhã desta quarta-feira, 13 de agosto, na Cova da Iria. a falta de trabalho desumaniza as pessoas e coloca em risco o futuro de um país, destacou antónio Francisco dos Santos, na homilia da eucaristia da Peregrinação aniversária de agosto ao Santuário de Fátima.

Consciente de que à Igreja não pertence decidir políticas de emigração, o prelado sublinhou que a esta compete antes alertar com coragem e determinação os governantes para as causas da justiça e para os valores do bem comum de forma a promover uma economia de rosto humano e solidário e um sistema financeiro assente na verdade e na ética.

Perante os milhares de peregrinos de vários países presentes naquele local de culto, o bispo do Porto afirmou que ao longo dos séculos têm sido grandes os pecados cometidos no que concerne ao reconhecimento do próximo, à hospitalidade dada aos estrangeiros, ao respeito pela vida e dignidade humana e à promoção da justiça social.

aos fiéis que se encontravam no recinto do santuário, antónio Francisco dos Santos disse que rejeitar e entrada dos imigrantes é uma ofensa. Recusar a entrada a quem procura imigrar para viver em família com dignidade e para trabalhar com honestidade é um pecado. Ninguém pode roubar aos emigrantes e encanto do sonho e a alegria da esperança, afirmou.

Para o prelado, os emigrantes são embaixadores da esperança e protagonistas da construção de um mundo melhor, com rosto humano, esculpido com as linhas da bondade, da hospitalidade e da fraternidade. aludindo ao caso português, o bispo do Porto disse que Portugal não pode esquecer que sem os emigrantes de ontem não era o país que hoje é e sem os emigrantes de hoje não consegue vencer a crise que tem vivido.

Contudo, antónio Francisco dos Santos recordou os problemas que levam tantos cidadãos a abandonar o país: não podemos ignorar nem deixar de lamentar as razões que levam hoje tantos portugueses, cheios de dons e de talentos, a sair de Portugal, porque aqui não encontram trabalho.

aos agricultores portugueses, que oferecem trigos dos seus campos durante esta peregrinação, o bispo do Porto agradeceu o gesto tão magnânimo e a generosidade, cumprindo assim uma bela tradição. O trigo oferecido ao Santuário de Fátima será depois transformado, na Eucaristia, em Pão da Vida e Corpo de Cristo para a vida do mundo.