a Igreja Católica aguarda com muito interesse e serenidade a realização da III assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, marcada pelo Papa Francisco, e que tem como tema: «Os desafios Pastorais da família no Contexto da Evangelização»
a Igreja Católica aguarda com muito interesse e serenidade a realização da III assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, marcada pelo Papa Francisco, e que tem como tema: «Os desafios Pastorais da família no Contexto da Evangelização» a reunião de outubro de 2014 será uma reunião geral extraordinária do Sínodo, a qual, segundo o código do Direito Canónico, se realiza para atender assuntos que requerem uma solução rápida. Esta será composta maioritariamente pelos presidentes das conferências episcopais nacionais, os líderes das Igrejas católicas orientais e os diretores dos principais serviços do Vaticano. Na sua viagem de regresso das Jornadas da Juventude no Rio de Janeiro, o Papa Francisco afirmou perante os jornalistas que o próximo Sínodo iria desenvolver uma atenção pastoral ao matrimónio de uma maneira ainda mais profunda, incluindo a questão da elegibilidade dos católicos divorciados e recasados em receber os sacramentos da comunhão e reconciliação.com esta decisão, o Papa Francisco traz à reflexão dentro da Igreja um dos temas mais importantes que a sociedade universal hoje vive, e que precisa de uma nova orientação da hierarquia que vá ao encontro do seu povo. É difícil a situação em que vivem os católicos divorciados e recasados. apesar de pessoalmente aceitarmos e cumprirmos as regras da Igreja Católica em relação aos casais recasados, somos da opinião que é necessário fazer uma reflexão profunda sobre este assunto com a seriedade que a isso obriga e com a certeza que o Espírito iluminará com a sua Graça este grupo de prelados da Igreja. Esperamos que seja dada uma resposta institucional assente na verdade, e seja ela qual for, não deverá fazer dobrar quando se torne para alguns um obstáculo, seja ele funcional ou de princípio.como marido, pai e padrasto sinto todos os dias a exigência que as regras atuais da Igreja pesam sobre mim e a minha mulher, que aceitamos, como sempre aceitámos em todos os tempos. No entanto, ao desejarmos educar os nossos filhos comuns na fé cristã e reconhecendo o papel da família no exercício de dar a conhecer a pessoa de Jesus Cristo, fica-nos sempre a sensação de que, pelo facto de sermos recasados, deixamos de poder acompanhar, no verdadeiro sentido de quem faz o mesmo caminho e não apenas observa outro a fazê-lo. Posso testemunhar o quanto nos é difícil estar em família na sagrada Eucaristia, centro da nossa vida como cristãos e membros de uma comunidade, e no momento da comunhão ver todos os nossos filhos a levantarem-se e dirigirem-se para o altar, pois são felizes aqueles que são convidados para a ceia do Senhor, e nós, pais, ficarmos sentados no banco observando, emocionados, mas com a sensação de que para aquela ceia não somos chamados.como acreditamos que a Igreja é Mãe, temos a certeza de que Ela vai encontrar um caminho e uma forma de misericórdia para todos. E fiéis aos princípios da Igreja universal, sabemos que todos os dias nos devemos questionar que, se o mundo anda sem nós, de nós depende que ande connosco (Padre Pedro arrupe). * Vice presidente da associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (aEEP)