«Está ainda por fazer a história dessas grandes missionárias que ao lado dos sacerdotes e irmãos leigos deram um enorme contributo à missão»
«Está ainda por fazer a história dessas grandes missionárias que ao lado dos sacerdotes e irmãos leigos deram um enorme contributo à missão»Pensemos um pouco: o que aconteceria se não houvesse irmãs nos hospitais, nas missões, nas escolas? Experimentem a pensar numa Igreja sem irmãs? Não se pode, não se pode pensar a provocação é do Papa Francisco que, ainda há bem pouco tempo declarou que as consagradas são uma dádiva, um fermento que leva por diante a Igreja. Em números redondos andam à volta das 750 mil entre consagradas e membros de institutos seculares. São presenças que fortalecem e renovam o compromisso da difusão do Evangelho, da educação cristã, da caridade para com os necessitados e da oração contemplativa, no empenho pela formação humana e espiritual dos jovens, das famílias e no empenho com a justiça e a paz na família humana. E que dizer daquelas que, deixando a família, vão para países longínquos dedicar toda a sua vida à evangelização e promoção das pessoas? Está ainda por fazer a história dessas grandes missionárias que ao lado dos sacerdotes e irmãos leigos deram um enorme contributo à missão. a Igreja, desde os tempos apostólicos, teve nas suas fileiras colaboradoras que aprenderam a gramática da inclusão, do respeito, da paciência e da resistência. Falar da missão no feminino significa reconhecer na mulher o seu papel inalienável de dedicação, de oblação e de transformação. Surgiu-me esta reflexão pensando nos 50 anos de serviço em Portugal das Missionárias da Consolata referidas neste número da nossa revista. aqui e em toda a parte é indispensável a sua presença. Logo no princípio da sua missão no Quénia, os missionários notaram que a presença das irmãs missionárias era imprescindível no que se refere sobretudo à promoção da mulher indígena. Os diários das primeiras irmãs narram os contactos e o trabalho extenuante que fizeram, ouvindo as pessoas, conversando, curando e catequizando. Cada irmã individualmente tratava por dia entre 50 e 60 pessoas. Hoje foram tratados mais de 100 enfermos. aumentam de dia para dia; vemos sempre novas caras, com chagas que arrepiam. Hoje visitei mais de 100 aldeias. Parece que as nossas pernas já estão treinadas nestas marchas diárias. Enérgicas e preparadas para grandes canseiras e sacrifícios, dotadas de muita constância e resistência, era assim que allamano queria as suas filhas. Não queria temperamentos moles e indecisos, que perdessem facilmente a coragem, mas irmãs viris, à imagem de Teresa de Jesus ou de Francisca de Chantal, que não se deixassem afogar num copo de água. Pessoas completas e equilibradas, sem sentimentalismos exagerados ou desnecessários espiritualismos, mas com sentido prático da vida, desanuviadas na mente e no coração. São assim estas mulheres: próximas das pessoas e portadoras de consolação.