Tinha sete anos quando embarquei nesta aventura. Não imaginava as emoções e experiências que a vida de escuteira me ia proporcionar. No agrupamento 989 Pataias fui lobita, exploradora e pioneira
Tinha sete anos quando embarquei nesta aventura. Não imaginava as emoções e experiências que a vida de escuteira me ia proporcionar. No agrupamento 989 Pataias fui lobita, exploradora e pioneira a recordação mais antiga que tenho é o primeiro acampamento em que participei, no Vale das Paredes. Seguiram-se os exploradores, aqui a grande marca que esta fase me deixou foi a experiência de ser guia. Nos pioneiros, senti a primeira dificuldade, o facto de a nossa secção ser constituída só por uma equipa de raparigas. Deitámos sempre mãos à obra e sempre fizemos construções, apesar de ser à nossa medida. Depois, novos desafios surgiram, com a necessidade de procurar um clã que me desse a possibilidade de viver o caminheirismo. O Clã do agrupamento 762 Maceira acolheu-me a mim e mais duas amigas. Descobri novos amigos, vivi experiências únicas com pessoas fantásticas. De volta ao meu agrupamento, com 22 anos, um desafio maior me esperava. Dar aos novos escuteiros aquilo que recebi até então. Nesta fase percebi a real importância do dirigente, que ao ser o irmão mais velho podia ajudá-los a perceber que podem realmente transformar o mundo com as suas ações. Passei por alguns cargos regionais que me fizeram ver o escutismo numa dimensão diferente. Deram-me uma perspetiva mais global, em que a ação de cada escuteiro no seu agrupamento e do agrupamento na sua comunidade não são coisas exclusivas da minha realidade. Mas sim de uma realidade maior que é o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e o seu trabalho em prol dos jovens. Hoje sei que aquilo que sou o devo em grande parte ao escutismo e sobretudo a todos aqueles com quem me cruzei ao longos destes anos. Sei que é um cliché, mas ser escuteira é um modo de vida, é algo que está em mim, moldou-me. Tenho a certeza que ser escuteira transforma a vida de quem por aqui passa. Mesmo que estejam cá por pouco tempo, acredito que fique sempre uma semente dentro de cada criança ou jovem que passa pelo escutismo. agora no agrupamento 36 Marinha Grande continuo a procurar cumprir a missão que me foi confiada como dirigente, ajudando os meus caminheiros a tornarem-se Homens Novos, como BP sonhou. *Dirigente no agrupamento 36 da Marinha Grande