São pobres as palavras para exprimir a alegria com que a Igreja da Coreia recebeu a notícia da visita do Santo Padre
São pobres as palavras para exprimir a alegria com que a Igreja da Coreia recebeu a notícia da visita do Santo PadreÉ quase um milagre, exclamou o bispo de Tejon, monsenhor Lazaro, ao receber a confirmação do Vaticano, que o Papa na Ásia em primeiro lugar visite a Coreia do Sul. Um papel importante nesta decisão deve-se às Jornadas asiáticas da Juventude que se realizarão no próximo mês de agosto na Coreia e na diocese de Tejon. Este evento proporcionará ao Papa a ocasião para encontrar num só lugar os jovens provenientes de tantas Igrejas da Ásia. Por outro lado é também o reconhecimento e a confirmação de uma Igreja que surpreendentemente continua a crescer quando em tantas partes do mundo o número de católicos diminui. Tanto a Igreja como a sociedade coreana olham cheios de esperança para esta visita como evento catalisador no processo de paz com a Coreia do Norte e de reconciliação a nível da sociedade voltando a dar à Igreja o papel de intermediária no diálogo social que nos últimos tempos foi perdendo. Tempos atrás, e no contexto do afundamento do barco Sewol, o Papa convidou a Coreia do Sul, cega pela competição desenfreada e desenvolvimento a baixo custo, a renovar os esforços para um renovamento moral e social. Por outro lado, o constante apelo do Papa Francisco a não esquecer os pobres e excluídos será também um desafio à própria Igreja da Coreia, que nos tempos difíceis soube estar do lado dos pobres, mas que recentemente corre o risco de se deixar levar pelo fluxo materialista da sociedade. O próprio Papa pediu à Igreja coreana que organize a sua visita sem pompas e procurando em tudo estar próximo da normalidade do dia a dia. a este desafio junta-se o desafio missionário. Numa Coreia que vai tendo sempre mais reconhecido o papel mundial no desenvolvimento tecnológico e económico, a Igreja coreana tem também vindo a crescer na consciência e empenho na missão ad gentes. Rica de clero e religiosos, ela não pode fechar a porta a uma Ásia de que faz parte e onde a maioria ainda não conhece Jesus Cristo. as estatísticas mostram que a Igreja Católica coreana tem um milhar de missionários espalhados pelos cinco continentes, mas na verdade eles são uma ínfima parte se comparados com as dezenas de milhares de missionários enviados pelas Igrejas protestantes. Finalmente, espera-se que o Papa Francisco, à luz dos 124 mártires que irá beatificar bem no centro da capital Seul, lance à Igreja e à sociedade coreana o desafio a deixar-se iluminar pelo exemplo destes homens e mulheres que deram a vida pelo Evangelho e a ser testemunhas e fermento de novidade, luz que aponta um caminho novo na justiça e fraternidade. *Publicação conjunta MissãoPress