«Nós somos só instrumentos de Nosso Senhor. E Ele age de forma muito curiosa. No meu caso, Ele foi explicando o que queria e nós só seguimos orientações»
«Nós somos só instrumentos de Nosso Senhor. E Ele age de forma muito curiosa. No meu caso, Ele foi explicando o que queria e nós só seguimos orientações»- Faça o favor de entrar e sentar-se! Eu já chamo a irmã Rosa. Foi assim que a irmã Teresa acolheu Leonor e a conduziu à sala, com um sorriso gigante que abrilhantava o seu rosto queimado pelo sol de África e salpicado de algumas rugas esculpidas pelos seus 69 anos. Minutos depois, a irmã Teresa reentrava na sala com sumo e doces, logo seguida da irmã Rosa. – agora que já há lanche, a irmã Rosa chega! – gracejou a irmã Teresa, mostrando o seu humor habitual e preparando-se para sair. – Não se vá já embora! – pediu a irmã Rosa – a sua ajuda seria bem–vinda na preparação do Encontro dos Jovens. a Leonor não sabe, mas a irmã Teresa dirige um colégio em Nampula, Moçambique. E foi ela a responsável pela sua construção!- Como se consegue fazer uma obra dessas? – Leonor olhava com admiração para aquela senhora serena e humilde. – Que exagero! aquela obra tem sido feita à medida dos desejos das pessoas e da ajuda do Espírito Santo. O meu e o nosso trabalho têm sido uma coisa de nada. Sabe, Leonor, nós somos só instrumentos de Nosso Senhor. E Ele age de forma muito curiosa. No meu caso, Ele foi explicando o que queria e nós só seguimos orientações. Veja bem: quando eu era professora numa escola em Nampula, a comunidade a que eu pertencia precisou comprar uma casa para as nossas noviças, que eram muitas. Descobrimos um terreno barato à venda. Mas as crianças da zona costumavam brincar nesse espaço. Para não lhes tirarmos o seu cantinho, decidimos construir um parque infantil. Então vimos que havia muitas crianças com fome e sem cuidados; por isso construímos uma creche e um jardim infantil. E para onde iam depois? as escolas eram muito distantes e as crianças eram ainda tão pequeninas Foi então que os pais nos pediram que abríssemos uma escola. assim fizemos: construímos uma escola para o 1º ciclo. – Que incrível, irmã Teresa! – Leonor estava extasiada. – Leonor, ainda não acabou! – ajuntouirmã Rosa, orgulhosa da sua irmã de congregação. – Depois, continuou a irmã Teresa, quando as crianças se aproximavam de concluir o 4º ano, novamente os pais pediram que continuássemos a educar os filhos nos valores que defendíamos. Foi assim que precisámos de aumentar a escola e organizámos um novo nível de ensino, até ao 9º ano. – E agora? – quis saber Leonor. – agora, estamos a construir um polidesportivo para a educação física e desportiva. Também precisávamos de uma sala de teatro com palco para os pais poderem assistir às atuações dos filhos. Já está construída. Eles são artistas brilhantes. – Não me diga que ainda há mais construções a fazer, riu-se Leonor. – Quanta coisa ainda falta! E uma falta precisa de um projeto para a solucionar. Nosso Senhor vai inventar forma de fazer acontecer. Nós só temos de estar lá, atentos, e seguir os seus comandos, uma coisa de nada. – Irmã Rosa, vamos alterar a sessão de catequese? – propôs Leonor – a irmã Teresa poderia ir falar ao nosso grupo das coisas de nada que ela faz. – Para isso, contem comigo. Sou só um instrumento do Fazedor da História. E Ele quer muitos mais: Ele quer todos! Que ninguém fique de fora!