Vêm aí­ as férias de verão. Há quem as utilize para descansar, procurando o equilí­brio perdido num trabalho tenso e enervante
Vêm aí­ as férias de verão. Há quem as utilize para descansar, procurando o equilí­brio perdido num trabalho tenso e enervanteHá quem as viva optando por algumas semanas de descontração, respirando o ar puro da natureza. Há quem as aproveite para um crescimento humano e espiritual em encontros de formação ou no contacto com Deus. Há quem faça delas um tempo de contactos, sempre enriquecedores, em viagens e descobertas de mundos desconhecidos. E há quem as use para um serviço específico de voluntariado, esquecendo os seus problemas e mergulhando na vida difícil de outros irmãos mais necessitados. Quero dar atenção sobretudo a estes. Em cinco anos dedicados à medicina, nunca me tinha sentido tão útil, tão preenchida, tão integrada como naquele centro de saúde onde falta muito, mas onde sobra ainda mais. Sobra humanismo, amor, partilha, profissionalismo, sobra espírito de sacrifício (Maria João Lopes). É a afirmação segura de uma finalista do curso de medicina que em 2013 passou um mês na Costa do Marfim. São cada vez mais os jovens e menos jovens que dedicam o tempo das férias a um serviço exigente de voluntariado em territórios de missão dentro ou fora do país. Motivados pelos valores de participação e solidariedade, doam parte do seu tempo, trabalho e talento, de maneira não remunerada, para causas de interesse social e comunitário. Em 2013 foram algumas centenas. Foram 40 os integrados em iniciativas dos Missionários da Consolata. Em tempo de festivais e viagens de lazer, há gente que prefere dedicar–se a projetos de voluntariado missionário em África, na américa do Sul ou até na Ásia, em países em desenvolvimento ou em Portugal. Moçambique, angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Brasil absorvem a maioria dos interessados. Mas há também quem parta para São Tomé e Príncipe, para Timor-Lesteou até para a Colômbia e Costa do Marfim. Geralmente estão ligados a fundações, IPSS, ONGD, associações ou grupos informais de jovens e adultos ou então integrados em iniciativas de congregações religiosas e missionárias ou dioceses. Trabalham sobretudo no campo da educação, na pastoral, na saúde, na animação sociocultural ou na construção de infraestruturas que permitam a promoção de pessoas ou comunidades. Certo é que a maioria desses jovens ou adultos regressam regenerados e mais motivados. a Catarina, no final de uma missão de um mês em Timor escreveu no seu blogue: Cheguei de coração cheio para dar. Parto de coração cheio do que recebi. Cheguei a pensar que mudava o mundo. Parto a saber que o mundo me mudou a mim. Cheguei a pensar fazer. Parto a saber que o que mais importa é ser. Cheguei eu. Parto eu mais rica. É assim mesmo. Quem mais dá, mais recebe.