«Encheste, Senhor, de fertilidade a terra, irrigastes os seus sulcos, humedecestes as suas leivas, e abençoastes as sementeiras», diz-nos o Salmo Responsorial deste domingo
«Encheste, Senhor, de fertilidade a terra, irrigastes os seus sulcos, humedecestes as suas leivas, e abençoastes as sementeiras», diz-nos o Salmo Responsorial deste domingo Uma das melhores atitudes do ser humano é a capacidade de escutar. É nisto que nos tornamos discípulos, que decidimos aprender algo mais para a vida: já foi assim que crescemos na instrução primária e fomos avançando pelo caminho dos conhecimentos novos que se tornaram a base duma vida realizada. Foram o pensamento e o trabalho que nos deram a satisfação de bem nos enquadrarmos na vida da sociedade. No Evangelho deste domingo Jesus ensina-nos que, para sermos membros do Reino de Deus, temos de o conhecer primeiro. E o ensinamento está contido na parábola do semeador: nela, diz-nos Jesus, a semente foi atirada pelo semeador, Deus, Cristo, à nossa terra. Mas nem todas as sementes caíram em bom terreno, e por isso, nem todas as sementes vão dar o mesmo fruto. algumas sementes nem sequer darão fruto algum. a parábola é uma história que cada um de nós deve aplicar a si próprio. Para vermos que qualidade de membros do Reino de Deus somos, ou vamos ser, temos de reconhecer primeiro que terreno somos nós para a semente. Naturalmente, se somos um terreno duro, como é um caminho muito trilhado, será difícil que a palavra de Deus penetre no nosso coração, será muito difícil compreendermos essa palavra que Deus semeia em nós. Ou talvez sejamos gente que anda sempre enrolada aos problemas da vida – a parábola compara este enrolamento aos problemas a uma zona espinhosa do terreno. ao nascer a semente da palavra, os espinhos sufocam-na: se temos uma mente que anda sempre distraída por milhentas atividades, então esquecemos imediatamente as verdades que a palavra de Deus nos apresentou. Mas se recebemos a palavra com sinceridade e interesse, se decidimos meditá-la no nosso coração, se a aplicamos às situações várias da nossa vida, então a palavra dá fruto, mesmo 100 por cento, e nós avançamos Reino de Deus adiante. Para aceitarmos bem a Palavra de Deus é preciso uma decisão forte e muita constância, pois andamos envolvidos em milhares de ruídos de todos os tons que facilmente nos tiram o tempo para meditar a Palavra. É consolante sabermos que está em nós alguém que nos ajuda a tornarmo-nos terreno de boa qualidade – o próprio Espírito do Senhor, que nos vai sugerindo como pensar a Palavra, e que nos vai dando a força para a pormos em prática. Então sobre o terreno semeado que nós somos, envia Deus uma chuva benéfica que nos traz a alegria duma verdadeira realização cristã. E esta chuva germinará continuamente em nós rebentos novos de vida eterna que já desenvolvemos aqui na terra. Boa sementeira, boa ceifa, e muito e saboroso Pão de Salvação!