a construção do Centro Missionário allamano suscitou várias dúvidas no seio do Instituto, por abordar um campo inexplorado: o da sensibilização dos peregrinos de Fátima para a dimensão missionária da Igreja
a construção do Centro Missionário allamano suscitou várias dúvidas no seio do Instituto, por abordar um campo inexplorado: o da sensibilização dos peregrinos de Fátima para a dimensão missionária da Igreja O Instituto Missionário da Consolata, fundado em Turim, Itália, em 1901, pelo beato José allamano, tem por objetivo a formação de missionários e a animação missionária da Igreja. Instalaram-se em Portugal em 1943 pelas mãos do padre João De Marchi, fixando a sua sede em Fátima. a ideia de construir o Centro de animação Missionária surgiu quase contemporaneamente com a fixação do Instituto em Fátima, existindo referências escritas de 1949 do padre De Marchi fazendo alusão à construção duma aldeia africana composta de palhotas que ilustrassem as várias atividades nas missões e que deveriam situar-se em terrenos do Instituto em Fátima. Terá sido com essa intenção que este estabeleceu diversos contactos e que conseguiu trazer para Fátima uma coleção de animais e aves exóticas que durante muitos anos estiveram guardadas à espera de colocação definitiva até se perderem completamente. Se se perdeu a coleção destes objetos, não se abandonou a ideia, sempre latente, e que aguardava tempos mais propícios, até que a partir de 1985 se pensou seriamente na sua concretização. Na década de 1980, vários institutos religiosos discorriam sobre a validade da sua presença em Fátima e a construção do Centro Missionário allamano suscitou várias dúvidas no seio do Instituto, abordando um campo completamente inexplorado: o da sensibilização dos peregrinos de Fátima para a dimensão missionária da Igreja e da obrigação de se comprometerem com a causa missionária. Um importante passo para a concretização da ideia foi dado quando se adquiriram duas coleções da arte sacra. Uma de crucifixos do padre Rodrigues Vermelho e outra de imagens relativas à infância de Jesus do padre antónio Rosado Belo, ambos da diocese de Portalegre-Castelo Branco. as duas coleções foram trazidas para Fátima em 1989, embora tenham sido adquiridas alguns anos antes. Outro passo importante foi dado na Conferência Regional de 1982 que refere no N. º 71: Dar-se-ão os passos; necessários em vista da construção de um Centro de animação Missionária em Fátima. Foi para dar cumprimento a esta decisão que o Conselho Regional encarregou o engenheiro italiano Cappabava de proceder ao estudo dum projeto para o Centro de animação Missionária. Este projeto, depois das inevitáveis alterações foi sujeito à comunidade regional para apreciação e para um pronunciamento definitivo que teve lugar durante o retiro anual realizado em avessadas, Marco de Canaveses, em 1985.com a benção da primeira pedra do atual edifício a 24 de outubro de 1987, pode considerar-se que o arranque do Centro era definitivo. Pretendeu-se que todo este conjunto introduzisse o visitante no espírito missionário da Igreja e o levasse a participar no esforço da evangelização no mundo. Integrado no complexo, criar-se-ia um museu com um acervo composto pelas seguintes coleções e temáticas: mistério da Encarnação, com as imagens da infância de Jesus; mistério da Redenção, com imagens da Paixão e Crucificação; mistério da Igreja nascida no dia de Pentecostes e a sua expansão pelo mundo – sala da evangelização – e contacto do Evangelho com as diversas culturas representadas pela coleção etnográfica recolhida pelos Missionários da Consolata espalhados pelo mundo. após a conclusão do anteprojeto, foi solicitado apoio técnico ao Instituto Português do Património Cultural (IPPC), que designou antónio Nabais para dar consultoria técnica para o programa museológico e montagem do museu, sendo este inaugurado em 13 de outubro de 1991. *Diretor do Museu de arte Sacra e Etnologia (MaSE)