Relatório documenta crimes cometidos na República Centro-africana e revela as identidades de alguns dos suspeitos de terem ordenado ou cometido «brutais violações de direitos humanos» no país
Relatório documenta crimes cometidos na República Centro-africana e revela as identidades de alguns dos suspeitos de terem ordenado ou cometido «brutais violações de direitos humanos» no país Concluído o trabalho de três missões de investigação enviadas à República Centro-africana (RCa), a amnistia Internacional (aI) divulgou quinta-feira, 10 de julho, um relatório com as identidades de alguns dos suspeitos de terem ordenado ou cometido atrocidades e brutais violações de direitos humanos no país. No documento, é feito um apelo global para que seja feita justiça às populações civis. Para que a República Centro-africana possa recuperar das matanças que ocorreram no país desde dezembro de 2013, é crucial que aqueles que planearam, cometeram e participaram nos crimes de guerra, crimes contra a humanidade e outras graves violações dos direitos humanos sejam responsabilizados perante a justiça, sustenta Christian Mukosa, um dos investigadores da aI. Elaborado com base em relatos de vítimas e testemunhas de crimes consagrados nas leis internacionais e de graves violações de direitos humanos, do que resultaram milhares de mortos e quase um milhão de deslocados, o relatório identifica uma série de líderes dos grupos armados pelo seu alegado envolvimento nas atrocidades – entre eles os ex-chefes de Estado François Bozizé e Michel Djotodia, os líderes das anti-Balaka, como Levy Yakété, e da coligação Seleka, como Noureddine adam. a maioria dos suspeitos identificados na investigação vive na RCa, mas outros estão em países como o Chade e a França. Nenhum país deveria dar abrigo a indivíduos suspeitos de cometer ou apoiar crimes de guerra ou crimes contra a humanidade. Há mesmo a obrigação de investigarem as denúncias feitas e, se as provas forem suficientes, julgar ou extraditar esses suspeitos para que possam ser julgados em tribunal, defende Mukosa.