a baixa taxa de natalidade e o despovoamento preocupam o bispo de Beja. «Não havendo jovens, também dificilmente surgirão candidatos para futuros padres», considera antónio Vitalino
a baixa taxa de natalidade e o despovoamento preocupam o bispo de Beja. «Não havendo jovens, também dificilmente surgirão candidatos para futuros padres», considera antónio VitalinoNa sua última nota pastoral, antónio Vitalino, bispo de Beja, mostra-se alarmado com o desemprego, a diminuição do número de nascimentos, o envelhecimento da população e o despovoamento. Segundo o prelado, tais situações manifestam-se também na pastoral das paróquias, onde o número de batismos, de crianças na catequese, de matrimónios e outras áreas tem vindo a diminuir.

Para antónio Vitalino, existem várias causas para que contribuem para a crise demográfica, como o individualismo, a falta de confiança na vida e no futuro, o adiamento da constituição de família, a formação dilatada e as exigências do estilo de vida moderno. Já para o despovoamento do interior, o bispo de Beja considera que tal problema é provocado pela falta de investimento empresarial, social e cultural.

De acordo com o prelado, a crise demográfica, assim como o despovoamento, colocam um grande desafio à Igreja e às dioceses do interior. Não havendo jovens, também dificilmente surgirão candidatos para futuros padres, refere. Contudo, antónio Vitalino recorda que a proximidade às pessoas não se faz apenas através do clero. Por isso, o bispo de Beja afirma que é preciso tornar as pequenas comunidades em centros de vida fraterna, de formação humana e espiritual, de partilha das alegrias e das tristezas, dos êxitos e dos fracassos.

O objetivo será tornar as comunidades mais transparentes, de pessoas próximas e atentas umas às outras. Isto faz-se com o envolvimento de todos, com muito voluntariado dos leigos e boa coordenação diocesana, explica. antónio Vitalino sustenta que tal personalização comunitária do ambiente das aldeias e vilas do interior deve começar pela família, fomentando a corresponsabilização de todas as gerações pelo bem de todos, cada um atento aos outros, sobretudo dos mais frágeis, comunicando-lhes o carinho de que carecem.