Encontro dos responsáveis da Pastoral Vocacional dos Institutos de Vida Consagrada termina em Fátima com muitas propostas e desafios no âmbito desta pastoral.
Encontro dos responsáveis da Pastoral Vocacional dos Institutos de Vida Consagrada termina em Fátima com muitas propostas e desafios no âmbito desta pastoral.como fizeram questão de frisar os organizadores logo no inicio, este não pretendia ser um momento apenas para ouvir, mas sobretudo para partilhar o que cada um dos que ali estava tinha como especificamente seu: os dons, os carismas, as técnicas e materiais de animação vocacional que já usa normalmente em seu Instituto de Vida Consagrada.
O que é o marketing em Jesus Cristo?
O jesuítapadre Carlos Carneiro, que fez uma primeira palestra bem humorada, quis ser pro-vocador (no sentido de pro-vocação) e conseguiu. À pergunta: Se a pro-vocação é válida, porque não desperta vocações? , desafiou os presentes a repensarem a relação das suas congregações com a história da Igreja e da evangelização. Para ele, se nós, seres humanos, morremos, porque é que os nossos Institutos não podem morrer?. afinal, a teologia da paixão e morte também se pode aplicar às instituições, afirmou, acrescentando que estas não nasceram para serem eternas.
Para este padre jesuíta, com muitos anos dedicados ao estudo deste tema e ao trabalho pastoral no meio juvenil, a História da Igreja dá-nos exemplos de tantas congregações que acabaram, e outras que passaram por enormes crises e renasceram.
Por outro lado, Fernando Carneiro, falou da exigência que os tempos actuais nos dão de renovação. E para iluminar este aspecto da sua exposição, apresentou a figura de Lázaro como exemplo de alguém que representa o específico da Vida Religiosa.como a Lázaro também aos Institutos de Vida Consagrada Jesus grita: Vem para fora. Sai do teu sepulcro! Vida, numa palavra.
Foi um grande desafio à renovação, à descoberta do novo de Jesus e do evangelho no aqui e no agora da nossa história. Carlos Carneiro não hesitou mesmo em afirmar que nós somos as últimas testemunhas de um certo modo de viver a vida religiosa. Confia-se, portanto que todos saibam ler os sinais dos tempos e, no diálogo fé-cultura, renovarem-se ou morrerem.
O segundo grande tema, que ocupou a maior parte do tempo, com palestra, trabalho de grupos e plenário, foi o exemplo daquele que pode ser um caminho para sair da crise vocacional.
Carlos Liz, profissional do Marketing e da Publicidade, confrontou a assembleia com a necessidade de repensar os métodos e meios usados na hora de apresentar o produto que temos para oferecer. arrancou gargalhadas dos presentes ao advertir que não estava ali como o José Mourinho das vocações, mas que não deixaria de dar o seu contributo.
Na lógica do mercado, da oferta e da procura, como a Vida Consagrada se posiciona, com seus carismas, espiritualidades, estruturas e recursos humanos?
Profissionalismo, afirma, é a palavra de ordem para que o marketing funcione também na pastoral vocacional. Profissionais no acolhimento, no atendimento,
Um dos problemas da Igreja, afirma, é um excesso terrivelmente grande de actividade, mas com uma falta muito grande de produtividade. Diante de um vazio de comunicação, muito presente na Igreja actual, contrapõe-se a urgência de dar mais visibilidade àquilo que cada um é, ao carisma que o caracteriza e o faz ser diferente do resto da sociedade. Neste sentido, a marcae os valores que lhe estão associados são o bilhete de identidade do produto.
Há forças, fraquezas, ameaças e oportunidades na vida religiosa que é preciso identificar e ponderar.
Por outro lado, é importante criar condições para termos mais e melhores vocações, frisou. Por isso é necessário definir quais são os nossos aliados, potenciais aliados e os não aliados.
De salientar também que cada Instituto é grande não tanto pela grandeza de estruturas, pelo número dos seus membros, mas pela quantidade e qualidade de relações que tem, de como trabalha em rede.
Mas o mais importante é acreditar que sem Ele nada somos, pois Jesus Cristo é que é o grande animador vocacional. afinal, concluía Carlos Liz, Jesus apresenta, no evangelho, uma forma magistral de marketing, quando convida a colocar o vinho novo em odres novos. Toca a nós tirar ilações desta provocação catequética e pedagógica do Mestre.
E o jovem de hoje requer novas abordagens num mundo de novas linguagens.
Já na manhã do último dia todos foram convidados a transformar tudo o que ali foi objecto de reflexão em propostas, acções comuns e gestos concretos para levar à vida das comunidades e, destas, para o mundo dos jovens e da cultura.
Promovido pela Comissão da Pastoral Vocacional da CIRP/FNIS, o encontro, que ontem terminou em Fátima, contou com a participação de cerca de 135 pessoas.