O Instituto Missionário da Consolata está há sete décadas em Portugal. a semente lançada pelo padre João De Marchi, em Fátima, frutificou e gerou uma grande família missionária, que continua a espalhar o perfume da missão pelo país e pelo mundo
O Instituto Missionário da Consolata está há sete décadas em Portugal. a semente lançada pelo padre João De Marchi, em Fátima, frutificou e gerou uma grande família missionária, que continua a espalhar o perfume da missão pelo país e pelo mundoUma pequena casa emprestada na Cova da Iria, com três quartos, cozinha, sótão e garagem. Foi assim que nasceu o Instituto Missionário da Consolata (IMC) em Portugal, corria o ano de 1944. Dois dos quartos serviam de sala de aula, o sótão foi transformado em dormitório e a garagem em sala de refeições. O espaço era demasiado exíguo para as ambições do padre João De Marchi, mas tornou-se fundamental para catapultar a congregação no país e no mundo, como mais tarde se veio a comprovar. aventino Oliveira, agora com 81 anos, fez parte do primeiro grupo de seminaristas portugueses do IMC e recorda com nostalgia a primeira noite que dormiu na camarata, com a cabeça quase encostada ao teto. Convidado a viajar no tempo, debita memórias a um ritmo alucinante, o mesmo ritmo a que se movimentou De Marchi, desde o primeiro dia que aterrou em Fátima, vindo de Itália. Ele tinha tanto entusiasmo, que até de Roma pediram ao bispo para o acalmar, lembra o sacerdote. Ultrapassados os primeiros tempos de dificuldades, em que os seminaristas tinham que ir todas as noites buscar dois cântaros de água a um poço emprestado, em 1948 surge finalmente uma parte da obra idealizada por De Marchi: o Seminário da Consolata. Inovador, para a época, o edifício acolheu diplomatas, ministros, princesas e até o rei de Itália. Mas, acima de tudo, tornou-se num local de referência na formação de missionários. Hoje, embora menos procurado pelas novas vocações, continua a ser a joia da coroa de um complexo que foi sendo enriquecido com a construção de uma capela, um hotel, uma fábrica e loja de artigos religiosos, um centro missionário e um museu. Conseguiu-se uma obra admirável, afirma aventino Oliveira, sublinhando o espírito de união, alegria e de família e a enorme vontade de ajudar os pobres que prosperou no IMC e que continua a inspirar os missionários espalhados pelo mundo.