«O Senhor nosso Rei é justo, triunfante e humilde. Ele há de eliminar os carros de combate, e anunciar a paz às nações», diz-nos a primeira leitura deste domingo
«O Senhor nosso Rei é justo, triunfante e humilde. Ele há de eliminar os carros de combate, e anunciar a paz às nações», diz-nos a primeira leitura deste domingoSempre o Senhor Deus anunciou, anuncia e anunciará a paz às nações. Disse Jesus durante a Última Ceia aos apóstolos: Disse-vos estas coisas para que tenhais em mim a paz (João 16,33). Quer dizer: para que haja paz é preciso conhecermos e praticarmos os ensinamentos de Cristo. E é interessante notar como no Evangelho de São João a paz está sempre ligada a Cristo, isto é, só n’Ele, o Príncipe da Paz, pode haver paz verdadeira e duradoura. Dizia-me uma vez um grande psiquiatra, grande a nível mundial, que os cristãos têm muita sorte porque têm fé, e que a fé é algo seguro a que nos podemos agarrar nos momentos de crise. a crise dos valores – que, lá no fundo, é causa das crises financeiras- é muitas vezes o produto do grande egoismo que existe em certas camadas da sociedade. Estas crises geram uma grande falta de paz em muitos indivíduos e famílias, e mesmo em nações inteiras, falta de paz esta que até empurra muita gente para o desespero. E isto acontece também a nível das nações: certos países de maior capacidade económica exploram outras nações menos ricas que ficam de rastos diante dos energúmenos mundiais da finança. a paz é um dom divino que só funciona quando aceite por nós, pela humanidade. E é ao mesmo tempo um dom humano produzido pela vivência na justiça e na fraternidade. É admirável ver tanta gente que dá muito de si própria para aliviar as dores dos outros, aqui na nossa terra ou em outras partes do mundo menos desenvolvido. Fazem-no porque arrancaram do seu coração e da sua vida o egoismo e praticam de maneira amorosa a caridade que agora habita nos seus corações. Na 2a Leitura São Paulo pode ler-se: Vós não estais sob o domínio da simples natureza, mas sob o domínio do Espírito (Romanos 8,9). Se as ações da nossa vida são motivadas pelo Espírito de Cristo, então procuramos seriamente o bem de todos. Mas quando as ações são motivadas pelo orgulho e o egoismo, então cresce o desejo de roubar aos outros aquilo que lhes pertence por direito divino e humano, e triunfa a injustiça dum lado e a pobreza destruidora do outro. O Salmo Responsorial ensina-nos a verdadeira vida para o indivíduo e para a sociedade, para todas as sociedades: ensina-nos a comportarmo-nos para com os outros como Deus se comporta para connosco: O Senhor é bom para com todos, carinhoso para com todas as suas criaturas (Salmo 144 [145], 9). Bem-aventurados os que observam o que é justo, e praticam sempre a justiça (Salmo 105 [106], 3. Porque a paz floresce onde mora a justiça.