O medo de perder a habitação levou crianças e jovens seropositivos da Casa Sol a escrever uma carta ao Papa Francisco. Na missiva pedem ajuda para as obras necessárias para poderem habitar uma nova casa
O medo de perder a habitação levou crianças e jovens seropositivos da Casa Sol a escrever uma carta ao Papa Francisco. Na missiva pedem ajuda para as obras necessárias para poderem habitar uma nova casaas crianças e jovens seropositivos da Casa Sol correm o risco de ficar sem teto em abril de 2015. Tal situação motivou estas crianças e jovens e enviar uma carta ao Papa Francisco, na qual pedem ajuda para as obras necessárias para poderem habitar a nova casa. a missiva foi enviada esta quinta-feira, 3 de julho.
Vivemos nesta casa como uma verdadeira família e estamos muito preocupados porque daqui a menos de um ano ficamos sem a casa onde sempre vivemos, escrevem os mais novos na carta. Os jovens afirmam que, se não conseguirem apoios, o futuro da sua família (da Casa Sol) estará em risco.
apesar de sermos crianças seropositivas, não significa que não tenhamos capacidades para termos um bom emprego e constituir família, por isso, pedimos que nos ajude a realizar as obras na casa que nos vai ser cedida pela administração Regional de Saúde de Lisboa, explicam ao Papa os mais novos.
Catorze crianças e jovens com idade entre os oito e os 19 anos vivem atualmente na Casa Sol, situada na Tapada da ajuda. a habitação foi cedida pela administração Regional de Saúde de Lisboa, mas o protocolo de cedência do espaço termina em abril do próximo ano, altura em que vão ter de deixar a casa.
De acordo com a associação, a administração Regional de Saúde de Lisboa já se mostrou disponível para conceder outras instalações para acolher a Sol, apesar de ainda não ter formalizado essa cedência. Contudo, a nova casa vai necessitar de obras de fundo e a associação não tem possibilidades financeiras para recuperar o imóvel.
Segundo Teresa D’almeida, presidente da associação Sol, as crianças e os jovens estão aterrorizados com a ideia de serem separados por terem de sair da casa. Estes meninos não têm mais ninguém, recordou a responsável em declarações à agência Lusa.
Fundada em 1992, a Casa Sol acolhe crianças que nascem seropositivas, que são negligenciadas, abandonadas, tomam medicamentos várias vezes por dia, toda a vida e são sujeitos a internamentos prolongados. Nesta casa, onde as crianças são as donas da casa e não há limite de idade para permanecer, a aposta passa pelos afetos, segurança e sentimento de pertença a uma família, explica a associação.