Para recuperar as crianças que vivem nas ruas de Lisboa, o «Projeto Rua» tornou-se um «serviço permanente». Os técnicos ligados a este serviço acompanham os mais novos e trabalham com as entidades locais
Para recuperar as crianças que vivem nas ruas de Lisboa, o «Projeto Rua» tornou-se um «serviço permanente». Os técnicos ligados a este serviço acompanham os mais novos e trabalham com as entidades locaisO Projeto Rua, que trabalha na sinalização e recuperação de crianças que vivem na rua, tornou-se um serviço permanente, revelou Paula Paço, uma das responsáveis pela iniciativa. Os técnicos que trabalham neste serviço do Instituto de apoio à Criança estão organizados em equipas multidisciplinares e percorrem as zonas sinalizadas da capital para acompanhar as crianças em causa e para trabalhar em conjunto com entidades locais. O nosso trabalho é tentar perceber o que se passa em determinadas zonas e de que forma nos podemos aproximar, para tentar perceber como é o dia a dia daquelas crianças e, sempre que possível, tentar captar a confiança delas e da comunidade, para podermos intervir envolvendo as entidades locais, explicou a responsável, em declarações à agência Lusa. De acordo com Paula Paçó, a realidade de Lisboa não é tanto a existência de crianças a viverem sozinhas na rua – algumas vivem, é um facto -, mas com pares, em grupo. Contudo, adiantou, existem muitos crianças e adolescentes, que fazem da rua o seu habitat, a sua escola de vida, jovens que, referiu, estão em ociosidade escolar, situação de abandono da escola, provêm de famílias desestruturadas, não têm figuras parentais. Perante uma situação destas são muitos os riscos a que estas crianças e jovens podem estar suscetíveis. Este é um grupo mais vulnerável ao tráfico de seres humanos, potenciais vítimas, sem supervisão, que passam o dia na rua. Crianças que são utilizadas como correio de droga, expostas a comportamentos desviantes, apontou.