a irmã Cristina Scuccia, de 25 anos, foi a vencedora do programa musical “The Voice of Italy”, no programa emitida pela RaI 2 na passada quinta-feira. a primeira participação no evento remonta a Março e foi um sucesso
a irmã Cristina Scuccia, de 25 anos, foi a vencedora do programa musical “The Voice of Italy”, no programa emitida pela RaI 2 na passada quinta-feira. a primeira participação no evento remonta a Março e foi um sucessoas notícias que chegam diariamente a nossas casas trazem-nos, na maior parte dos casos, as situações mais desconcertantes, mas sobretudo uma realidade dura de miséria moral que é transversal na sociedade em que vivemos. Uma boa notícia é um raio de sol que nos ilumina e aquece o coração, tal como a que vamos reproduzir.

Estamos habituados a olhar para as pessoas consagradas, padres ou freiras, como pessoas diferentes, para melhor ou não, mas o que não esperamos é que se comportem como nossos iguais noutros contextos, como por exemplo na música. Há sacerdotes que para além de exercerem o seu ministério também tocam e cantam, por vezes utilizando esse dom para complemento do seu trabalho junto das pessoas.

O caso da Irmã Cristina é interessante, pois raramente um religiosa/a se apresenta em concurso público, o que nesta circunstância não deixa de ser original. Proveniente de uma pequena cidade da Sicília, Cristina tornou-se um fenómeno mediático nas últimas semanas, alcançando destaque na imprensa mundial. Lembramos que o programa musical “The Voice of Italy” é um evento de revelação de talentos, onde há um júri, mas a decisão final dos vencedores é feita por votação do público. Na final, que teve lugar no dia 5, a jovem freira recolheu 62% dos votos e foi considerada a melhor voz do ano, conquistando cerca de dois terços dos votos dos italianos. Segundo o júri do concurso, a irmã é possuidora de uma voz poderosa e de uma alegria/energia notáveis. arrebatou, surpreendeu e emocionou especialistas e público.

Cristina Scuccia, após ser proclamada vencedora, pediu para que as pessoas presentes na sala a acompanhassem a rezar o Pai Nosso. Quero que Jesus esteja aqui. É um sonho, disse a jovem freira. Recordamos que a sua interpretação da música No One, de alicia Keys, em março passado teve mais de 50 milhões de visualizações no YouTube. a participação da religiosa neste concurso televisivo fez a Rai Due (segundo canal da televisão pública italiana) bater recordes de audiências, sistematicamente acima de 15%.

a consagrada Cristina, que recebeu o hábito em 2009, tem agora direito a editar um disco, mas já garantiu que regressará à sua vida normal e que se limitará a cantar com os jovens, na Igreja, na paróquia ou nas escolas, se os superiores a autorizarem.

Este é um caso que merece a nossa reflexão, tendo em conta que estamos a falar de uma irmã religiosa. Não sendo profissional da música, teve o arrojo de competir com outros que enveredaram por esse caminho. Certamente que não foi pela competição em si, mas para dar testemunho do seu dom e com isso cativar as pessoas para a sua missão. a presença de outras irmãs da congregação que estiveram a apoiá-la é sintomática e sugere que a vida em comunidade não é apenas rezar, mas que são mulheres como as outras, embora com uma missão específica.

Destacamos ainda a alegria e energia com que cantou, e pelos vistos também encantou, possivelmente fruto de muito trabalho dedicado a preparar as suas participações no concurso. a alegria, que emana da sua juventude, é um dom que deve ser cultivado por todos, pois quem é suficientemente forte para ser alegre, mesmo na adversidade, vence sempre.