a crise económica está a obrigar os idosos a recorrerem às consultas gratuitas dos Médicos do Mundo, devido à falta de condições financeiras para utilizar o Serviço Nacional de Saúde
a crise económica está a obrigar os idosos a recorrerem às consultas gratuitas dos Médicos do Mundo, devido à falta de condições financeiras para utilizar o Serviço Nacional de Saúde a falta de condições financeiras para utilizar o Serviço Nacional de Saúde, está a levar os idosos a recorrer às consultas gratuitas da Organização Não Governamental (ONG) Médicos do Mundo (MdM). Segundo Carla Paiva, diretora geral da ONG em Portugal, esta situação é particularmente visível no caso português entre os maiores de 65 anos, sendo que a maioria dos que recorrem às consultas são cidadãos nacionais.
Temos cada vez mais pedidos [vindos de pessoas acima dos 65 anos] com baixas reformas que não têm como pagar a sua medicação, afirmou a responsável. ao contrário de Espanha, que se debate com a crise desde 2010, nós vivemos esta crise desde 2008. São quase seis anos a viver com a crise do serviço de saúde, especialmente para os imigrantes e para as pessoas com mais carências económicas, acrescentou Carla Paiva, em declarações à agência Lusa.
Entre as carências identificadas, a responsável destaca a falta de informação, a barreira administrativa e até as dificuldades com a língua de pessoas que apesar de estarem há muitos anos em Portugal não conhecem o sistema, ou as condições para terem, por exemplo, isenção das taxas moderadoras. Um problema semelhante ao que se vive noutros países do sul da Europa. Temos verificado, nos últimos anos, um aumento significativo de pessoas que não são imigrantes ou irregulares a aproximarem-se dos Médicos do Mundo, revelou Álvaro González, responsável da organização em Espanha.
Entre os mais afetados estão pessoas com doenças crónicas, com dependentes a seu cargo e pessoas com poucos recursos económicos, referiu. Tal situação assume ainda maiores proporções na Grécia, por exemplo, onde mais de um quarto de todos os que se dirigem às consultas da organização são cidadãos nacionais e não imigrantes. Identicamente preocupante é o acréscimo de ataques racistas e xenófobos: em 2012 em Espanha, por exemplo, só seis por cento dos imigrantes que iam às consultas dos MdM reportavam um tratamento xenófobo, valor que aumentou para 33 por cento este ano.