Mais de 700 mil pessoas, na sua maioria pobres, estiveram envolvidas em disputas de terras nos últimos 13 anos, revela um relatório difundido pela associação Cambojana para o Desenvolvimento e Direitos Humanos
Mais de 700 mil pessoas, na sua maioria pobres, estiveram envolvidas em disputas de terras nos últimos 13 anos, revela um relatório difundido pela associação Cambojana para o Desenvolvimento e Direitos Humanos O Camboja cedeu a exploração de cerca de dois milhões de hectares de terras cultiváveis a empresas agroalimentares, para fins comercias, mas mantém quase seis por cento da população a viver em condições precárias e envolvida em disputas de terrenos para cultivo. Desde o ano 2000 até à atualidade, calcula-se que cerca de 770 mil pessoas, residentes em zonas rurais e urbanas, estiveram implicadas em lutas pela posse de terra, acabando por perder as suas casas e florestas comunitárias. Segundo Thun Saray, presidente da associação Cambojana para o Desenvolvimento e Direitos Humanos, foram levantados alguns processos judiciais relacionados com esta questão, mas as sentenças tendem a favorecer os homens ricos, os poderosos, ou as empresas privadas. a promessa do governo de garantir a segurança da terra para os mais pobres e vulneráveis, e de dar a essas pessoas soluções eficazes contra as violações do seu direito à terra continua incerta, adiantou o dirigente. aproveitando a apresentação do último relatório da organização, Saray explicou que só um controlo generalizado e as frequentes manifestações das pessoas desalojadas das suas terras impulsionaram o primeiro-ministro, Hun Sen, a congelar as concessões de terras e a propor uma revisão jurídica das cedências já efetivadas, em meados de 2012. Porém, nos primeiros meses deste ano, as disputas de terras voltaram a aumentar.