a missão tem os seus riscos. De acordo com a agência Fides, 22 agentes pastorais, na sua maioria padres e voluntários leigos católicos, foram mortos de forma violenta em 2013, o dobro do que aconteceu em 2012
a missão tem os seus riscos. De acordo com a agência Fides, 22 agentes pastorais, na sua maioria padres e voluntários leigos católicos, foram mortos de forma violenta em 2013, o dobro do que aconteceu em 2012E quantos foram os sequestrados ou estão desaparecidos? É paradigmática a situação na Síria, assolada por uma infindável guerra civil, onde alguns religiosos ou mesmo bispos deixaram de dar sinal de vida. Mas poderíamos dizer o mesmo da República Centro-africana ou da República Democrática do Congo ou do Sudão do Sul, sem esquecer as situações do Iraque ou do Paquistão, onde na crise de violência, guerra e opressão, os missionários são das poucas pessoas capazes de levar conforto e esperança. apesar de se terem multiplicado os raptos, a escolha dos missionários tem sido corajosa: ficar no meio do povo como última âncora de salvação. Estas situações dramáticas não são para nós excecionais, explicou ultimamente Laurent Tournier, porta-voz da Conferência dos religiosos e religiosas franceses. Quando se parte em missão pesam-se todos os riscos. Dedicamos tempo ao discernimento. Em geral a partida requer dois anos de preparação. E mesmo que a missão comece em contexto calmo, sabemos que a situação pode evoluir. Em casos de maior perigo, a decisão de reentrar pertence sempre ao religioso atingido. Praticamente todos optam por ficar. Nós partimos para criar comunidades, e isso precisa de pelo menos dez anos de trabalho, sublinha o mesmo Tournier. Não se trata em caso algum de ser suicidas, mas estas situações fazem parte da nossa vida. Um missionário parte para se entregar totalmente. Não é desrespeito pelas decisões das embaixadas ou consulados dos países a que pertencem os missionários, que aconselham a deixar. Eles não estão lá à procura do martírio, mas é uma opção exigida pela própria vocação de entregar a vida de modo total pelo Evangelho. Serei o último a fechar a porta, disse o jesuíta Ziad Hilal, missionário na Síria, a quem o provincial perguntou o que pensava fazer. Está em causa a minha fidelidade ao povo para o qual fui enviado, explicou o religioso, de 40 anos, que aprendeu a lidar com as ameaças da vida quotidiana. E a razão é simples: O mal está aí, mas eu sei que Deus não nos abandona. Estamos envolvidos numa missão que nos ultrapassa. Certamente que posso ser raptado ou morto, mas sinto-me incapaz de abandonar o povo ao seu destino. É esta a linha geral: não se abandona o campo de trabalho. Quando se parte em missão é como desposar um país, um povo, uma cultura. Fica-se para apoio e conforto de quem não tem voz e para ser instrumento de reconciliação e de paz.