a proposta de tratamento nem sempre é definitiva, podendo ser alterada consoante os problemas que a escultura levante durante a intervenção. Se a peça apresenta uma história, é necessário saber mantê-la
a proposta de tratamento nem sempre é definitiva, podendo ser alterada consoante os problemas que a escultura levante durante a intervenção. Se a peça apresenta uma história, é necessário saber mantê-la a partir de um tratamento de restauro a uma escultura do século XIX que efetuei recentemente, partilharei convosco algumas reflexões sobre este vasto e interessante mundo, procurando evidenciar a sua importância, a compatibilidade de materiais, bem como os princípios éticos do conservador restaurador. a metodologia e os critérios adotados estiveram de acordo com os princípios básicos da Conservação e Restauro que apontam para a garantia de autenticidade quer na intervenção, quer na conservação, opção por intervenções mínimas, reversibilidade e compatibilidade dos produtos empregues. Para uma correta avaliação do seu estado, teve-se em consideração que se tratava de uma escultura com cerca dois séculos, e que certamente já tinha passado por algumas vicissitudes históricas. a proposta de tratamento nem sempre é definitiva, podendo ser alterada consoante os problemas que a escultura levante durante a intervenção. O objetivo foi repor o equilíbrio físico da imagem que estava comprometido, uma vez que foi alvo de uma intervenção que lhe alterou quer a modelação, quer a policromia, alterando portanto a sua perceção. Teve-se em consideração o princípio da intervenção mínima, sendo feita a estabilização da peça, mas também havendo uma preocupação de caráter estético. Relativamente à intervenção mínima, é necessário salientar que se trata de uma operação em que a finalidade é intervir na peça, minimizando ao máximo os danos na mesma. Se a peça apresenta uma história, é necessário saber mantê-la. Portanto, a finalidade foi fazer uma intervenção em que não houvesse a criação de falsos históricos, tendo sido feita uma breve limpeza, preenchimentos de lacunas e reintegrações cromáticas. Contudo, será necessário sensibilizar para o facto de que esta não é uma operação qualquer, já que é gradual, faseada, tendo por isso resultados lentos. É, por isso, um trabalho demorado, sendo que para cada fase é necessário o seu devido tempo. No entanto, é ainda bastante importante salientar que não nos devemos basear em receituários, visto que cada caso é particular, não havendo, portanto, uma metodologia igual para todas as peças. Cada peça, com as suas características históricas e materiais, é única. *Conservadora restauradora