a grande maioria dos colombianos não tem como pagar uma despesa inesperada e continua a guardar as suas pequenas poupanças debaixo do colchão. Quando necessitam de dinheiro, recorrem a empréstimos privados, pagando juros excessivamente altos
a grande maioria dos colombianos não tem como pagar uma despesa inesperada e continua a guardar as suas pequenas poupanças debaixo do colchão. Quando necessitam de dinheiro, recorrem a empréstimos privados, pagando juros excessivamente altos as conclusões são de um estudo recente do Banco Mundial. Se for perguntado a dez colombianos se têm como pagar uma emergência médica ou outro gasto inesperado, apenas dois responderão que sim. Os outros vivem dos aforros que guardam debaixo do colchão, recorrem a cooperativas de poupança não reguladas, ou a particulares que emprestam capital a juros elevados. acresce ainda que dois terços da população não consegue fazer um simples cálculo sobre taxas de juros nem recebeu educação de como administrar o seu dinheiro. Segundo a investigação, esta é uma realidade discriminatória, sobretudo nas zonas rurais e entre os mais pobres. E mesmo quem tem a consciência da importância do aforro, nem sempre o pode fazer por falta de lugares seguros ou convenientes – recorde-se que apenas 30 por cento dos colombianos tem uma conta numa instituição financeira formal. Em 2006, o governo criou a chamada Banca de Oportunidades, para oferecer serviços financeiros à população isolada ou com menos recursos, através de correspondentes que operam em lojas, gasolineiras e estações de correio. Mas apesar deste programa, a falta de acesso a instrumentos financeiros continua a ser um dos principais desafios para a Colômbia (e para o resto da américa Latina), referem os investigadores do Banco Mundial. Para uma grande parte da população que não pode poupar e não tem condições para obter um crédito, o mais vantajoso seria utilizar o telemóvel para fazer pagamentos e transferir dinheiro para familiares, de forma fácil e barata, explica Rekha Reddy, especialista em inclusão financeira. além de eliminar intermediários e reduzir riscos, o uso da tecnologia digital, poderia permitir aos agricultores, por exemplo, receber o pagamento dos seus produtos diretamente nas suas contas. E possibilitaria aos governos uma poupança no pagamento dos benefícios sociais, através da redução da burocracia, conclui o responsável.