Numa altura em que os cristãos se preparam para a Páscoa, antónio Vitalino, bispo de Beja, desafia os fiéis a «purificarem o seu olhar» e a «libertarem-se» da tendência de agir em função de «interesses, desejos e apetites»
Numa altura em que os cristãos se preparam para a Páscoa, antónio Vitalino, bispo de Beja, desafia os fiéis a «purificarem o seu olhar» e a «libertarem-se» da tendência de agir em função de «interesses, desejos e apetites»Na sua última nota pastoral, intitulada Ver o invisível, antónio Vitalino, bispo de Beja, pede aos cristãos que perdoem os seus inimigos para que possam ter uma vida feliz. Quem (), sem medo, corajosamente, perdoa aos seus inimigos e por todos entrega a sua vida, começa a ver os acontecimentos e a vivê-los na feliz esperança da vitória da vida sobre a morte, do perdão sobre o pecado, da alegria sobre o desespero de uma vida de olhar narcísico, voltado para a própria sombra e imagem, frisa.
No mesmo documento, antónio Vitalino recorre às teorias dos filósofos para explicar o que significa ver o essencial e como adquirir este olhar divino. Precisamos de purificar o nosso olhar, os nossos sentidos, libertar-nos do sentido da posse das coisas, relacionando-as com os nossos interesses, desejos e apetites, para as ver e contemplar em si mesmas, na sua entidade e beleza própria, apela o prelado.
Por isso, numa altura em que se vive a Quaresma, um período de preparação para a Páscoa, antónio Vitalino sugere aos que fiéis se relacionem com as coisas e as pessoas criando com elas uma relação de conhecimento contemplativo, respeitadores do que são em si mesmas, com a sua dignidade e beleza, e não tanto no sentido de como elas nos são úteis.