«Nem estamos tão mal como uns querem fazer parecer, nem estamos tão bem como outros andam a ‘pregar’»
«Nem estamos tão mal como uns querem fazer parecer, nem estamos tão bem como outros andam a ‘pregar’» Muito se tem falado ultimamente na retoma económica, onde alguns referem que Portugal entrou já neste ciclo, e outros defendem que os dados que existem terão a ver com questões pontuais, como é o caso das sazonalidades que promovem aumento de empregabilidade, e não com um crescimento efetivo. Ora, segundo os últimos dados disponíveis, quer relativos aos indicadores da macro economia, quer no que respeita aos índices de confiança e às perceções de algum operadores do meio empresarial e económico, podemos referir que se notam já sinais bastante positivos de uma ligeira retoma, ou aliás, de uma pequena reviravolta no ciclo de recessivo. No entanto, este ainda é um ligeiro sinal, pois alguns dos indicadores contêm de facto variáveis que são pontuais e que podem desvirtuar, num determinado período de tempo, os indicadores económicos. Ou seja, nem estamos tão mal como uns querem fazer parecer, nem estamos tão bem como outros andam a pregar. Contudo, e dando continuidade ao tema da Economia Social, é preciso que essa verdadeira política social se faça notar entre os países que estruturalmente serão os que têm melhores capacidades financeiras, para possibilitar uma verdadeira retoma económica, apoiada na reestruturação da dívida Portuguesa. Há quem fale na reestruturação da dívida com base no perdão de parte da mesma, mas tal seria extremamente prejudicial, pois afetaria a nossa credibilidade junto dos credores. Nenhum de nós gostaria certamente que alguém que nos devesse dinheiro viesse propor pagar somente metade da dívida! Já no que respeita à reestruturação da dívida, sobretudo a diminuição das taxas de juro, mais do que o alargamento dos prazos, seria extremamente essencial. De facto, e como bons alunos que fomos, segundo vêm referindo os organismos financiadores, bem como os diversos chefes de Estado, seria agora importante que os mesmos pudessem interceder, numa verdadeira filosofia de solidariedade justa, no sentido de que as taxas de juros que têm vindo a ser aplicadas, fossem de uma ordem menos especulativa, permitindo assim ao País desenvolver um ciclo expansionista em paralelo com a liquidação das suas obrigações. *Economista e Consultor Financeiro