Uma carta assinada por mais de 300 religiosos e religiosas foi enviada às Nações Unidas, pedindo um inquérito internacional sobre os abusos e violações de direitos humanos no Sri Lanka. a população tâmil é uma das mais afetadas
Uma carta assinada por mais de 300 religiosos e religiosas foi enviada às Nações Unidas, pedindo um inquérito internacional sobre os abusos e violações de direitos humanos no Sri Lanka. a população tâmil é uma das mais afetadas apesar das pressões e ameaças de morte que tem recebido, Rayappu Joseph, bispo de Mannar, fez questão de encabeçar a lista de subscritores de uma carta enviada à ONU, onde se pede uma investigação internacional às violações de direitos humanos e do direito humanitário que ainda se perpetuam no Sri Lanka. Há quase cinco anos que acabou a guerra civil e ainda não vimos alguma verdade e justiça emergir de mecanismos nacionais, refere o documento, assinado por 205 sacerdotes e religiosos e mais de 100 religiosas. De acordo com a missiva, citada pela agência Fides, a população tâmil, que vive sobretudo no norte e no leste da ilha, continua a ser discriminada e sujeita a desaparecimentos, abusos sexuais, detenções e torturas justificadas pela lei antiterrorismo, restrições à liberdade de reunião, de expressão e associação. Os tâmeis não podem homenagear coletivamente mortos e desaparecidos. Quando criticam políticas e práticas do governo, ou defendem os direitos humanos, são vistos como promotores do terrorismo ou traidores, denunciam os subscritores da carta, sublinhando que até sacerdotes católicos já foram interrogados, ameaçados e intimidados. Para o clero, é urgente que a comunidade internacional, através das Nações Unidas, encontre formas concretas de assistência para o povo tâmil. Neste sentido, pede à ONU que investigue as acusações de violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário durante a guerra; que identifique claramente as unidades e os indivíduos responsáveis; monitorize as violações de direitos humanos em todo Sri Lanka com uma equipe de especialistas, providencie programas de proteção para as vítimas e as testemunhas; e garanta aos especialistas o acesso ilimitado a todos os lugares importantes, a pessoas e documentos.