Se não nos encontramos com Deus (na intimidade da oração), se o nosso coração não é «consolado» por Deus, como poderemos nós «consolar»? Foi a interpelação deixada hoje pelo Papa Francisco

Se não nos encontramos com Deus (na intimidade da oração), se o nosso coração não é «consolado» por Deus, como poderemos nós «consolar»? Foi a interpelação deixada hoje pelo Papa Francisco
Falando para milhares de fiéis na Praça de São Pedro, durante a oração do angelus deste domingo, dia 16 de março, o Papa afirmou que é necessário escutar a Palavra de Jesus e sugeriu que se traga no bolso o Evangelho, para o ler todos os dias.comentando o evangelho do dia, que fala da Transfiguração de Jesus, o Santo Padre sublinhou dois elementos ligados a este episódio evangélico: a subida e a descida. Temos que subir ao monte, disse, para estarmos a sós com Jesus, mas depois temos de descer ao vale para encontrar os irmãos em dificuldade e transmitir-lhes o conforto de Deus. Partindo da Palavra do Evangelho, pronunciada pelo Pai: Este é o meu Filho muito amado no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O, Francisco disse que é muito importante este convite do Pai. Nós, discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que escutam a sua voz e tomam a sério as suas palavras. Para tal, há que seguir Jesus como faziam as multidões do Evangelho.
Jesus – observou o Papa – não tinha uma cátedra ou um púlpito fixos, era um mestre itinerante, que propunha os seus ensinamentos ao longo dos caminhos, percorrendo trajetos nem sempre previsíveis e por vezes árduos. Sintetizando o Evangelho de hoje em termos de subida e descida, Francisco afirmou que temos necessidade de ir para um lugar à parte, de subir à montanha a um espaço de silêncio, para nos reencontrarmos a nós próprios e captar melhor a voz do Senhor. Mas não podemos permanecer ali! O encontro com Deus na oração impulsiona-nos novamente a descer da montanha’ regressando à planície, onde encontramos tantos irmãos afligidos por dificuldades, injustiças, pobreza material e espiritual. Mas se não estivemos com Deus, se o nosso coração não está consolado, como poderemos consolar?, pergunta o Papa, sublinhando que esta missão diz respeito a toda a Igreja, mas é responsabilidade sobretudo dos Pastores – bispos e padres – chamados a mergulhar no meio das necessidades do Povo de Deus, aproximando-se com afeto e ternura especialmente dos mais débeis e pequenos, dos últimos. Nas saudações aos grupos de peregrinos presentes na Praça, o Papa de modo particular a Comunidade Papa João XXIII, fundada pelo padre Oreste Benzi, que na próxima sexta-feira organiza pelas ruas do centro de Roma uma Via Sacra especial, pelas mulheres vítimas do tráfico.