aqueles que levaram uma vida de fé mostram que é possível «viver com esperança», considera o bispo de Beja, que lamenta as «portas fechadas» do mundo para «acolher e integrar os outros, sobretudo os mais pobres»
aqueles que levaram uma vida de fé mostram que é possível «viver com esperança», considera o bispo de Beja, que lamenta as «portas fechadas» do mundo para «acolher e integrar os outros, sobretudo os mais pobres»Na sua última nota pastoral, intitulada Experiência do sentido, antónio Vitalino, bispo de Beja, aponta algumas das interrogações que lhe afloram à mente, perante o sofrimento de tantos pobres de bens materiais, sociais e espirituais: terá sentido tanto sofrimento? É possível evitá-lo ou, pelos menos, aliviá-lo? Como? Qual o papel dos crentes e o meu neste empenho pelo bem do próximo, pelo bem comum?
Para dar resposta a estas questões, o prelado diz ter de recordar as testemunhas da fé, sobretudo Jesus Cristo, de forma a compreender que é possível sofrer com os que sofrem, e viver com esperança, convivendo com alegria por ser possível partilhar e aliviar o sofrimento, sem matar ninguém, mas dando a vida pelos outros. São estas vidas que têm sentido e dão esperança a um mundo coberto de densas nuvens, destaca o prelado, no mesmo documento.
Segundo antónio Vitalino, essas nuvens adensam-se, sobretudo, quando os objetivos de vida das pessoas se baseiam apenas no progresso material. Nos horizontes, diz prelado, estão os limites de uma economia de austeridade, de recessão, de montanhas intransponíveis ou de vizinhos que invejam e ameaçam o bem-estar dos restantes, como se constata neste mundo que é global, mas que está de portas fechadas para acolher e integrar os outros, sobretudo os mais pobres.