Noventa por cento das pessoas que precisam não têm acesso a cuidados paliativos. O alerta é da associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, que vai discutir este e outros problemas durante o seu congresso nacional
Noventa por cento das pessoas que precisam não têm acesso a cuidados paliativos. O alerta é da associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, que vai discutir este e outros problemas durante o seu congresso nacional a associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (aPCP) vai realizar o seu sétimo congresso nacional, de 27 a 29 de março. Em comunicado, a aPCP indica que 90 por cento das pessoas que necessitam não tem acesso aos cuidados paliativos. Por isso, a associação alerta para a necessidade urgente de dar resposta aos milhares de portugueses privados destes cuidados. Cerca de 90 por cento da população que precisa de cuidados paliativos em Portugal não os recebe. Segundo o relatório da Entidade Reguladora da Saúde entre janeiro de 2011 e setembro de 2012, apenas 3. 450 doentes foram referenciados para a rede nacional de cuidados integrados. Fica claro que, nem o Serviço Nacional de Saúde, nem as entidades fora da rede e os privados conseguem dar uma resposta a estas milhares de pessoas, todos os anos, alerta Manuel Luís Capelas, presidente da aPCP. No mesmo documento, a associação refere que os cuidados paliativos sofrem vários problemas e identifica-os. Entre eles estão o desconhecimento da população em relação aos cuidados paliativos, a burocratização e a inexistência de regulamentação da atividade. Para Manuel Luís Capelas há uma necessidade clara de implementar um programa nacional de cuidados paliativos de forma a obter ganhos na qualidade de vida dos doentes e suas famílias. Dados do INE de 2007, mostram que das 103. 512 pessoas que morreram nesse ano em Portugal, 62. 107 tiveram necessidade de cuidados paliativos. Por isso, para Manuel Luís Capelas haverá necessidade de uma média de 133 equipas de cuidados paliativos domiciliários, 102 equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos e de 1062 camas para internamento. Estas e outras questões serão debatidas no Congresso Nacional de Cuidados Paliativos, um encontro científico que contará com a presença de mais de 600 profissionais de saúde na área dos cuidados paliativos, e que será realizado no Hotel Tivoli Carvoeiro, no algarve.