Fundo das Nações Unidas para a Infância atualizou para 5,5 milhões o número de crianças afetadas pelo conflito na Síria. Estes dados indicam que a quantidade de menores em sofrimento duplicou nos últimos 12 meses
Fundo das Nações Unidas para a Infância atualizou para 5,5 milhões o número de crianças afetadas pelo conflito na Síria. Estes dados indicam que a quantidade de menores em sofrimento duplicou nos últimos 12 meses Para as crianças sírias, os últimos três anos foram os mais longos das suas vidas. Têm que suportar mais outro ano de sofrimento?, perguntou segunda-feira, 10 de março, o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), anthony Lake, na apresentação do relatório que atualiza para 5,5 milhões o número de crianças afetadas pelo conflito armado na Síria. Segundo o responsável, perto de um milhão de menores encontra-se isolado em zonas de difícil acesso por causa da violência e cerca de dois milhões estão a precisar de ajuda ou tratamento psicológico. Para exemplificar o grau de sofrimento e os efeitos colaterais desta guerra nos mais novos, Lake destacou o caso de adnan, de quatro anos, que fugiu com a sua família para o Líbano depois da sua casa ter sido atingida por um projétil: Chora toda a noite. Tem medo de tudo e assusta-se quando fica só, nem que seja apenas por um segundo. Sem ajuda, vivendo entre os escombros e lutando para conseguir comida, muitas crianças ficam sem proteção, sem ajuda médica ou apoio psicológico e com pouco ou nenhum acesso à educação. Nos piores casos, as crianças e mulheres grávidas são mortas ou feridas por disparos de francoatiradores, adiantou anthony Lake, salientando que a Síria é um dos locais mais perigosos do mundo para se ser criança. O relatório da UNICEF sinaliza mais de 1,2 milhões de crianças que residem em acampamentos de refugiados nos países vizinhos da Síria e sofrem de acesso limitado a água potável ou a alimentação nutritiva. além disso, refere que um em cada dez menores refugiados trabalham e uma em cada cinco meninas abrigadas na Jordânia foi forçada a contrair matrimónio. Esta guerra tem que terminar para que as crianças possam voltar às suas casas e reconstruir as suas vidas na segurança da família e dos amigos. Este devastador terceiro ano para os meninos e meninas sírios tem que ser o último, concluiu o diretor executivo.