Uma das consequências da atual crise é o número crescente de casais com ambos os cônjuges desempregados. Segundo dados recolhidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional em janeiro passado já somavam 13. 250
Uma das consequências da atual crise é o número crescente de casais com ambos os cônjuges desempregados. Segundo dados recolhidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional em janeiro passado já somavam 13. 250

São cada vez maiores e diversificados os problemas que as famílias enfrentam diariamente devido à ausência de políticas concretas de apoio à família, apesar de os responsáveis afirmarem o contrário. Segundo oInstituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de janeiro passado, estavam inscritos nos centros de emprego 669. 668 desempregados, dos quais 48% eram casados ou viviam em união de facto, perfazendo um total de 320. 572. Destes, o número de casais com ambos os cônjuges desempregados avançou 2% em janeiro, face a igual mês de 2013, e atingiu os 13. 250. O universo dos casais desempregados em que ambos os cônjuges recebem prestações de desemprego representa uma fatia de 4,13% do número total de desempregados inscritos sinalizados como casados ou em situação de união de facto.

a atual crise de endividamento do Estado obrigou os responsáveis a olhar quase exclusivamente para o problema da dívida, em parte devido às condições impostas pelos credores externos, deixando para trás – ou para segundo plano – os problemas inerentes ao cidadão comum. Ou seja, as consequências da má governação ao longo de cerca de duas décadas caíram duplamente sobre a população, mesmo que esta não tenha contribuído diretamente para tal. Dito de outra forma mais simples: o Estado governou mal e agora as pessoas é que pagam esse desgoverno, mas não teria de ser assim. Perante esta situação de precariedade, aqueles que exercem o poder tinham obrigação de procurar solucionar o endividamento estatal reduzindo ao mínimo as consequências a recair sobre a população, mas tal não aconteceu.

O Governo devia traçar um plano abrangente que permitisse cortar de uma forma justa – isso quer dizer que aqueles que usufruem de mais rendimentos seriam os maiores contribuidores e não o contrário. Era necessário acautelar as camadas da população mais fragilizadas. Mas o que verificamos é que a maior parte dos cortes recaem sobre os mais indefesos. Por outro lado, o apoio que era preciso conceder para colmatar essa falha de atuação não aparece, nem sequer se vê ao fundo do túnel.

O resultado conjugado de vários erros na governação levou o Estado, assim como as empresas particulares, a terem de diminuir as pessoas ao seu serviço, ou seja: a despedir. No caso estatal, pela necessidade de ter menos recursos humanos e consequentemente menos gastos, no que concerne às empresas porque estas com o mercado em crise têm mais dificuldades em sobreviver.

agora o que precisamos é que o Governo, seja este ou outro, comece a encarar de frente as suas obrigações que se resumem a governar com justiça social. a criação de apoios às famílias, a vários níveis, é crucial para a sua sobrevivência, mas também do próprio país. Se não houver condições para que a família exerça o seu papel, também não haverá natalidade. Desta forma, que país teremos amanhã ou daqui a umas dezenas de anos?

São poucos os exemplos de apoio vindos do setor público, ou equiparados. ,Por isso merece destaque a referência à Câmara de Vila Real por ter isentado os casais desempregados do pagamento da água consumida durante um ano. Será pouco, dirão alguns, mas a verdade é que é um bom exemplo e como tal merece ser seguido por outras instituições, sejam públicas ou privadas. Em função da escassez de meios, por vezes é preciso imaginação. Mas será possível encontrar sempre uma forma de ser solidário com os mais carenciados.