Conferência Episcopal Venezuelana condena o uso da força utilizado pelas autoridades em algumas das manifestações que têm invadido as ruas da capital nos últimos dias. Há pelo menos 14 mortos e mais de 150 feridos
Conferência Episcopal Venezuelana condena o uso da força utilizado pelas autoridades em algumas das manifestações que têm invadido as ruas da capital nos últimos dias. Há pelo menos 14 mortos e mais de 150 feridos Os falecidos e os feridos não pertencem nem ao governo nem à oposição, mas às suas famílias e ao povo da Venezuela, sem distinções nem cores, afirmam os bispos numa mensagem difundida pela presidência da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), a propósito da onda de violência que agita o país sul-americano há vários dias e que já provocou pelo menos 14 mortos e mais de 150 feridos. Sublinhando que o direito ao protesto está consagrado na Constituição, a CEV recorda que as autoridades policiais e militares estão obrigadas a respeitar os direitos humanos, no cumprimento da sua função de preservar a ordem pública, e a agir em conformidade com as leis nacionais e os acordos internacionais. Por isso, repudiam o emprego da força exercida em algumas manifestações por parte dos organismos de segurança do Estado. Segundo os bispos, é urgente fazer uma investigação aos casos de violência para levar à justiça os elementos que abusaram da autoridade. E identificar os grupos armados que atacaram a população. Se os protestos são um direito, não se pode aceitar que se tornem violentos, se transformem em vandalismo ou propiciem a prática de atos criminosos por parte de grupos que nada têm a ver com quem protesta, pode ler-se na mensagem da CEV. O documento reconhece ainda a existência na Venezuela de visões plurais, com grandes diferenças entre elas, que devem ser respeitadas. E expressa a urgência de um diálogo nacional que reúna todas as partes e se caracterize pela preservação das relações sociais e políticas onde possam conviver as diferenças, onde se procure a verdade, um valor que se perdeu na Venezuela.