as dificuldades económicas estão a forçar «um número crescente de famílias» portuguesas a prescindir dos serviços de água e saneamento, segundo as Nações Unidas. a situação pode refletir-se na saúde da população
as dificuldades económicas estão a forçar «um número crescente de famílias» portuguesas a prescindir dos serviços de água e saneamento, segundo as Nações Unidas. a situação pode refletir-se na saúde da população a crise está a fazer com que um número crescente de famílias sem dinheiro para pagar as contas da água esteja a pedir a rescisão dos contratos às empresas fornecedoras, o que pode ser uma bomba-relógio para a saúde das populações, alertou esta segunda-feira, 17 de fevereiro, a relatora especial das Nações Unidas para o direito à água e ao saneamento, Catarina albuquerque. O problema, observado noutros países europeus, pode ter um impacto negativo na saúde pública a médio prazo, porque as pessoas afetadas, ou vão buscar água às bombas de gasolina, ou vão, se moram fora das grandes cidades, buscar água a poços que muitas vezes estão poluídos, acrescentou a especialista portuguesa em declarações à agência Lusa, lamentando a pouca atenção dada a este assunto. Para Catarina albuquerque, há uma discriminação já endémica de determinados grupos vulneráveis na Europa, mas verifica-se uma exclusão maior devido à crise. E o problema pode agravar-se com uma maior participação do setor privado nos serviços de abastecimento de água e saneamento, pois existe o risco dos preços aumentarem e de haver uma maior exclusão. Por isso, a relatora da ONU defende que cabe ao Estado garantir o cumprimento de direitos humanos.