O bispo da Suazilândia recorreu à imagem da cruz para ilustrar toda a dimensão do carisma do beato allamano na Igreja Católica e no mundo
O bispo da Suazilândia recorreu à imagem da cruz para ilustrar toda a dimensão do carisma do beato allamano na Igreja Católica e no mundo Tradicionalmente, costuma dizer-se que a cruz tem duas dimensões: uma vertical até Deus e uma horizontal em direção aos irmãos. José Ponce de Léon, bispo de Manzini, na Suazilândia, acrescentou-lhe outras duas dimensões, para demonstrar o carisma do beato José allamano, na eucaristia de encerramento da 24a Peregrinação Missionária da Consolata, celebrada este sábado, 15 de fevereiro, em Fátima. O Papa Francisco escreveu, há uns meses, na sua Exortação apostólica, que a missão é paixão por Deus e pelos homens. Para o allamano isto era claríssimo. Para o fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata, além da paixão por Deus e pela humanidade, havia também um grande comprometimento com a realidade e uma enorme abertura a todos os povos, explicou o prelado, perante as cerca de 6. 000 pessoas que se concentraram na Basílica da Santíssima Trindade. Sempre com base nas dimensões da cruz, e no ponto de convergência com os princípios defendidos por allamano, José Ponce de Léon recorreu à extensão vertical do crucifixo para recordar que a vida de fé deve ser vivida na realidade concreta, no dia a dia – que no caso dele é a realidade da Suazilândia, onde 69 por cento da população é pobre e um terço está infetada com o vírus da Sida. Mas não nos podemos fechar nisto. Devemos ser sempre uma porta aberta ao mundo. Devemos sempre abrir os braços, o coração e a mente, à realidade do mundo, disse o bispo, aludindo, desta vez, à dimensão horizontal da cruz, para colocar José allamano no ponto onde as duas dimensões se encontram. Ele esteve sempre envolvido na sua diocese de Turim [Itália], mas também ajudou a olhar para além da diocese, num tempo em que não existiam os meios de comunicação que temos hoje. Foi capaz de ajudar a todos a manter os pés em Turim e a abraçar o mundo, com os seus corações. Recentemente empossado como bispo de Manzini, José Ponce de Léon lembrou que uma das primeiras perguntas que lhe fizeram os jornalistas quando foi nomeado, era se também pensava denunciar as injustiças, como tinha feito o seu antecessor. Eu, simplesmente, respondi que nós proclamamos uma boa notícia, que quer que cada homem e cada mulher possam viver a dignidade de filhos de Deus. À luz deste anúncio, não nos podemos calar, perante a corrupção, a possibilidade da saúde e a educação para todos, sublinhou o prelado. algumas fotos da peregrinação