Para o cientista Hubert Reeves, é «errado» colocar os problemas económicos à frente dos ecológicos. O astrofí­sico considera que o ser humano está a «destruir as ofertas gratuitas da natureza»
Para o cientista Hubert Reeves, é «errado» colocar os problemas económicos à frente dos ecológicos. O astrofí­sico considera que o ser humano está a «destruir as ofertas gratuitas da natureza» a noção de que a economia tem prioridade sobre a ecologia está errada, considera o cientista Hubert Reeves, para quem a situação do planeta se agravou nos últimos anos, tendo regressado a ideia de que a economia está primeiro.
a ideia que passa é que temos de resolver os problemas económicos antes dos problemas ecológicos. E isso está errado, porque se não tivermos ecologia não teremos economia. a economia está muito dependente do estado da situação, disse o professor associado da Universidade de Montreal.
O octogenário exemplificou a destruição da biodiversidade do planeta com os casos das minhocas, fundamentais para manter a fertilidade do solo, e das abelhas. Estamos a destruir as ofertas gratuitas da natureza, das quais beneficiamos, advertiu.
Em declarações à agência Lusa, o astrofísico recordou que se costumava dizer que não seria sustentável ir além de mais dois graus de temperatura, um cenário que está agora em vista: a situação está a piorar e se há algo como um ponto sem regresso estamos certamente a aproximar-nos dele.
O cientista franco-canadiano, recetor de inúmeras distinções ao longo das décadas de trabalho, prestou estas declarações à agência Lusa, antes de protagonizar uma conferência na Porto Business School, subordinada ao tema Cosmos, Sustentabilidade e Responsabilidade, que decorreu esta quinta-feira, 13 de fevereiro.
autor de Onde cresce o perigo surge também a salvação, Hubert Reeves é também presidente da associação Humanidade e Biodiversidade e ex-diretor do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS, no original), em França.