«Pensem no bem das crianças e dos jovens, que na comunidade cristã sempre devem ser protegidos e amparados em seu crescimento humano e espiritual». Estas palavras do Papa Francisco foram dirigidas aos membros da Congregação para a Doutrina da Fé
«Pensem no bem das crianças e dos jovens, que na comunidade cristã sempre devem ser protegidos e amparados em seu crescimento humano e espiritual». Estas palavras do Papa Francisco foram dirigidas aos membros da Congregação para a Doutrina da Fé

Os membros da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) estiveram reunidos em Roma em assembleia plenária, que terminou na passada sexta-feira e cujo tema de reflexão foi a relação entre a fé e o sacramento do matrimónio.

Quando recebeu os participantes da reunião,Franciscoreferiu: Trata-se de uma reflexão de grande relevância, tendo em conta o atual contexto cultural existente na sociedade. Poderemos mesmo acentuar esse relevo que é necessário a Igreja dar ao assunto da fé e matrimónio, pois é através dele – da família constituída como fator de agregação – que se pode desenvolver a fé cristã em diversas vertentes. a família poderá, e deverá ser, a charneira da fé para os casais e destes, com a transmissão para os filhos, a continuidade da mesma na pessoa humana que leva à procura da vida eterna.

Por outro lado e referindo-se à função desse dicastério (CDF), lembrou que é seu dever promover e tutelar a doutrina sobre a fé e os costumes em todo o mundo católico (Constituição apostólica Pastor bonus, 48). No entanto, advertiu para a tentação de entender a doutrina num sentido ideológico ou de reduzir a mesma a um conjunto de teorias abstratas. Na verdade a doutrina tem como único fim servir a vida do povo de Deus e garantir à nossa fé um fundamento seguro. O Papa entende que zelar pela integridade da fé é uma tarefa muito delicada e importante, e que deve ser feita em colaboração com os pastores locais e as Comissões Doutrinais das Conferências Episcopais. Isso é importante para salvaguardar o direito de todo o Povo de Deus a receber o depósito da fé na sua pureza e na sua integralidade, disse o Pontífice.

Mas, para além do matrimónio e da fé, os participantes na assembleia plenária também debateram os chamados delitos mais graves, especialmente os casos de abuso sexual de menores por parte dos clérigos. Em relação a estes, Francisco pediu: Pensem no bem das crianças e dos jovens, que na comunidade cristã sempre devem ser protegidos e amparados em seu crescimento humano e espiritual. O Papa anunciou que se estuda a possibilidade de colaboração entre a Comissão para a proteção dos menores que ele criou e a Congregação para a Doutrina da Fé.

Pela descrição das palavras do Papa pode deduzir-se, naturalmente, a sua preocupação de conciliar a doutrina e difusão da fé, tal como legado recebido ancestralmente, e a sua aplicação prática na sociedade moderna. a preocupação com os mais desprotegidos, que faz parte do cunho da Igreja desde a sua fundação, é um aspeto muito importante da ação de Francisco, com um enfoque tal que surpreende os mais desprecavidos. Não é por acaso que o Papa pugna pelos mais indefesos. afinal o primeiro a dar esse exemplo foi Cristo há mais de dois mil anos. Será, de certa forma, como que um pôr a fé ao alcance de todo o ser humano, que é o dever da Igreja na sua essência.