Um estudo realizado pela aMI indica que a maioria das pessoas em situação de pobreza não se identifica com essa realidade

Um estudo realizado pela aMI indica que a maioria das pessoas em situação de pobreza não se identifica com essa realidade

a maioria das pessoas em situação de pobreza não se identifica com essa realidade, revela um estudo da assistência Médica Internacional (aMI). Há uma diferença entre a maneira como a sociedade classifica estas pessoas e a maneira como elas se veem, explicou ana Martins, diretora do departamento de ação social da organização. Intitulado Vivência da Pobreza – O que sentem os pobres?, o estudo foi desenvolvido para compreender como é vivida a pobreza no universo da população apoiada pela aMI e qual a perceção que as pessoas que vivem nesta situação têm de si próprias. Os resultados indicaram que embora 88 por cento dos inquiridos tenham um rendimento per capita inferior a 421 euros, valor considerado como o limiar da pobreza, apenas 48 por cento se consideram estar em situação de pobreza. Segundo ana Martins, a análise comparativa entre a classe social estipulada pelo estudo e a auto classificação permite detetar uma resistência por parte de todos os grupos socioeconómicos em assumir a sua situação de pobreza, principalmente na classe social muito pobre. Para a investigadora, citada pela Visão, quase todas as pessoas tendem a fugir da classe muito pobre e auto projetarem-se em classes sociais mais elevadas porque para eles muito pobres são as pessoas que não têm casa, dormem na rua e são pessoas que não têm comida. No entanto, 64 por cento dos inquiridos acreditam que mais de metade da população portuguesa vive em situação de pobreza. O otimismo também foi um dos traços encontrados durante o estudo, uma vez que 55 por cento das pessoas classificadas como pobres consideram que a sua situação vai melhorar, nos próximos cinco anos. a investigação foi realizada ao longo de 2012 e 2013 e contou com a participação dos beneficiários dos Centros Porta amiga de todo o país, quase 32 mil pessoas.