Procurar descobrir o Deus que se revela através do outro é hoje um dos segredos para o sucesso da missão da Igreja, considera o monge beneditino Marcelo Barros. O religioso defende ainda uma conversão na compreensão da religião
Procurar descobrir o Deus que se revela através do outro é hoje um dos segredos para o sucesso da missão da Igreja, considera o monge beneditino Marcelo Barros. O religioso defende ainda uma conversão na compreensão da religiãoOs fundamentos da missão mudaram. antes era mais levar ao outro. Hoje, é mais aprender a inserir. É procurar descobrir o Deus que se revela através do outro, afirmou em Fátima, este sabádo, 18 de janeiro, o monge beneditino Marcelo Barros. Para o religioso, que falava em mais uma sessão das Conversas Contemporâneas promovidas pelos Missionários da Consolata, o segredo da missão é a sua atratividade. a missão não foi inventada com a Igreja. É a natureza de Deus, porque Deus é amor, disse o sacerdote brasileiro, sublinhando que um missionário não pode ser um tarefeiro do religioso, mas deve valorizar a atratividade da Palavra e do testemunho, porque a missão dá-se por atração. E esta atração deve ser encarada com a simplicidade e a humildade de quem está disponível para absorver o que o outro tem para lhe dar. Hoje parece que a Igreja quer criar uma atratividade através do marketing. Mas esse não é o fundamento da missão. Nós não optamos por estar ao lado dos pobres porque eles são bonzinhos, optamos porque Deus é amor e o amor dá-se no diálogo, frisou Marcelo Barros, que foi convidado a falar sobre Missão, Espiritualidade e Ecologia. Para o monge, a ecologia ambiental está intimamente ligada à ecologia social e política. E se o sistema mundial não mudar, não há ecologia possível. Mudanças que não passam apenas pelo cuidado com a natureza, mas sobretudo pela necessidade de uma conversão da própria compreensão da religião. Marcelo Barros considera não haver missão sem a preocupação com a sustentabilidade e recorreu a tês pontos definidos pelas Nações Unidas, como linhas fundamentais de atuação da humanidade: acabar com a pobreza, repartir a prosperidade e proteger o ambiente. E, em tudo isto, a Igreja tem que saber participar, concluiu.