« a solidariedade consiste na ajuda desinteressada aos necessitados, mas não quer dizer que essa ajuda tenha que ser unicamente ‘contabilizada’ como a ajuda financeira direta»
« a solidariedade consiste na ajuda desinteressada aos necessitados, mas não quer dizer que essa ajuda tenha que ser unicamente ‘contabilizada’ como a ajuda financeira direta»ao longo dos últimos textos temos vindo a dar destaque à economia solidária, e aos seus diversos dinamizadores, que em muito contribuem para o desenvolvimento da verdadeira economia social. É importante reforçar que, em traços gerais a solidariedade compreende vários conceitos, como o respeito, a própria solidariedade e a inclusão. Recentemente foi destacado um estudo que concluiu que as pessoas que mais desenvolvem a solidariedade são as que têm, em média, rendimentos e níveis educacionais mais baixos, ou seja, as famílias e pessoas com rendimentos e níveis de escolaridade mais elevados são as que menos contribuem, no campo dos donativos ou de dar apoio financeiro a carenciados. Esta notícia ressalta e enfatiza a falta de solidariedade por parte dos que, na lógica dos que comentam, deveriam ter mais aptidão para o fazerem, quer por terem níveis de rendimentos maiores, quer por, fruto dos níveis mais elevados de escolaridade, poderem ter, eventualmente, maior consciência para as necessidades. É certo que a solidariedade consiste na ajuda desinteressada aos necessitados, mas não quer dizer que essa ajuda tenha que ser unicamente contabilizada como a ajuda financeira direta, pois, conforme referido, a solidariedade é bastante mais ampla, passando pelo respeito e inclusão. Desta forma, e crendo que o respeito ainda estará muito mais na base de qualquer forma de viver bem, em comunidade, ainda temos muito, mas mesmo muito que crescer, pois constata-se que a falta de respeito é diária e da maioria das pessoas, passando quer pelas classes sociais mais desfavorecidas, quer pelo mundo político, que, com algumas das medidas de contenção que põe em marcha, acompanhado de algum excesso de despesismo, gera de facto falta de respeito e de solidariedade. Ora, sempre me foi ensinado que o exemplo tem que vir de cima, pelo que, para termos uma verdadeira economia social e solidariedade, é preciso apostar muito na educação e no saber estar e viver em comunidade, com respeito, para posteriormente termos então uma verdadeira sociedade solidária. *Economista e Consultor Financeiro